O «fair-play» é muito bonito...quando existe. Se algo falha, a coisa pode correr mal. Foi o que aconteceu no embate entre o Al Sadd, do Qatar, e o Suwon Bluewings, da Coreia do Sul, a contar para as meias-finais da Champions asiática.

O Al Sadd vencia por 1-0, o jogo caminhava para o final e um jogador do Suwon necessitou de ajuda médica. Os jogadores da própria equipa enviaram a bola para fora, o jogador foi assistido e esperou-se por aquele gesto repetido várias vezes numa partida de futebol: a gentileza de devolver a bola ao adversário.

Na verdade, o defesa do Al Sadd até pontapeou a bola na direcção do guarda-redes contrário, mas alguém se esqueceu de explicar a Mamadou Niang as regras do «fair-play». O antigo avançado do Marselha aproveitou a apatia geral, correu para a bola, driblou o guarda-redes incrédulo e marcou. O Al Sadd venceu 2-0.

Tudo fica por aqui? Claro que não. Obviamente, jogadores e responsáveis do Suwon não acharam piada nenhuma à «brincadeira» de Niang. Confrontaram o jogador e restante equipa e semeou-se a confusão no relvado, levando, inclusive à entrada em campo de um adepto, vindo da bancada.

O treinador do Al Sadd explicou no final do jogo que Niang agiu por conta própria, porque não gostou de ver o rival a continuar a atacar mesmo com o colega deitado, e só depois enviando a bola para fora. E acrescentou: «Não há desculpa nenhuma para um adepto entrar no relvado.»

Com tudo isto, fica a questão: o «fair-play» é mesmo uma treta?

Veja o golo e os incidentes: