Rudi Assauer é mais conhecido pelos seus desempenhos em entrevistas do que pela genialidade na orientação de equipas de futebol. O antigo técnico do Schalke 04, que agora é empresário de jogadores, gosta de chocar. Sempre foi assim e faz questão de continuar a ser. Este domingo defendeu que o futebol não é um desporto para gays.
«Talvez tenham lugar noutros desportos. No futebol, não», vincou Assauer. «Se algum jogador viesse ter comigo e assumisse ser gay, diria 'foste corajoso', mas despedia-o logo a seguir.»
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A reflexão de Assauer é clara: «Todos os futebolistas que saíram do armário acabaram ridicularizados por todos. Temos de o libertar desta caça às bruxas.»
Nesta entrevista ao Daily Mail, Rudi Assauer foi mais longe e confessou ter despedido um antigo colaborador apenas por um motivo: a homossexualidade.
«Trabalhava no Werder Bremen e um dos massagistas era gay. Fui ter com ele e disse-lhe: 'filho, faz-me um favor e arranja outro emprego'.»
São raríssimos, de facto, os futebolistas profissionais que assumiram a sua homossexualidade. Uma das raríssimas excepções aconteceu em Inglaterra. Justin Fashanu jogou em alguns clubes importantes - Norwich, West Ham, Nottingham Forest - entre 1978 e 1997. Em 1990 assumiu ser gay. Oito anos mais tarde suicidou-se.