Este fim de semana, Carlos Mané marcou o seu primeiro golo na Liga ao serviço do Sporting.

A pouco mais de um mês de fazer 20 anos, começou na equipa B, mas tem vindo progressivamente a marcar presença na equipa A. Foi aposta para este jogo e correspondeu em pleno. Mais um jovem que sai da formação leonina, esse tem de ser o caminho do clube.

Vem isto a propósito dos jovens que estão a despontar e outros a afirmarem-se.

Rafa é um deles. Tenho gostado do seu desempenho. Chegado a este ano a Braga vindo do Feirense da 2ª Liga, trazia consigo 47 jogos e 3703 minutos de utilização. Muito bom. Começou a integrar-se gradualmente e hoje é uma aposta firme no Braga.

Com números interessantes, tem nesta altura 25 jogos, 1504 minutos. Na selecção sub-21 soma já 415 e com o rendimento que vem apresentando a possibilidade de chegar à selecção principal pode acontecer. Todos sabemos que é importante para o crescimento e desenvolvimento dos jovens competirem, terem jogos. É isso que se passa com Rafa e outros que falarei mais abaixo.

Mas outros existem que tendo qualidade e potencial não jogam como deviam e atrasam o seu crescimento, o desenvolvimento e a sua afirmação.

Três desses exemplos por razões diferentes, são o Tiago Ilori, o André Gomes e o Ricardo Pereira.

Tiago fez na época passada (2012/13) entre equipa B (20 jogos e 1789 m) e equipa A (12 jogos e 997 m) um total de 32 jogos e 2785 minutos.

A isto acrescentamos mais 619 minutos pela selecção sub-20 e vemos que são números muito bons para quem tem de crescer.

No início desta época foi vendido pelo Sporting ao Liverpool e tudo se alterou.

Deixou de competir com a frequência desejada e só agora em janeiro, emprestado ao Granada da 1ª Liga Espanhola, aparenta para já que vai ter a utilização devida (2 jogos e 180 minutos).

Até lá foram muitos treinos e apenas 360 minutos pelo Liverpool (sub-21) quase o mesmo tempo de utilização na nossa selecção de sub-21 (270 minutos).

Em alguns casos, como este, os jogos da selecção assumem importância no seu crescimento.

Outro exemplo é André Gomes.

Com potencial e qualidade para mais do que sua utilização reflecte, e não havendo alteração no rumo que tem existido, a possibilidade de ser uma das opções para o Mundial 2014 fica mais difícil.

Porque razão não saiu nesta abertura de mercado? Decisão/vontade de quem? O ano passado ainda fez 1612 minutos, mais 647 pela selecção de sub-20 em diversas competições.

Este ano tem apenas 17 jogos e 819 minutos, jogados na maioria (661m) na equipa B e os restantes 158 minutos repartidos pelas diversas competições da primeira equipa. Junte-se a estes os 322 minutos pela selecção de sub-21 que ajuda a manter um certo nível competitivo mas pouco para aquilo que seria esperado.

Por último Ricardo, que depois de uma época em cheio no Guimarães com 37 jogos e 3140 minutos de utilização, chegou ao Porto.

Esperava-se uma afirmação imediata? Provavelmente não.

Mas então porque não colocá-lo a jogar com a regularidade e num patamar que estava habituado?

Mantê-lo no Vitória de Guimarães e na primeira Liga? Já conhecia o ambiente e a equipa e tinha um treinador que o conhecia e apostou nele. Não foi essa a opção e por força das opções existentes, diferentes das que tinha no Guimarães, tem jogado sobretudo na 2ª Liga (1051 minutos) e apenas 130 minutos na equipa principal.

Com apenas 20 anos, está num processo evolutivo.

Os 249 minutos pela selecção de sub-21 ajudam a dar outra competitividade.

Vai fazendo a integração aos poucos, na esperança de encontrar o seu lugar.

Outros há que por força da sua utilização e rendimento no clube e na selecção de sub-21, vão-se afirmando.

William Carvalho e Paulo Oliveira do Vitória de Guimarães são exemplos na 1ª Liga.

A passagem pelo Cercle Brugge, na época passada, fez bem a William. Uma Liga diferente, exigente, os 32 jogos e 1622 minutos ajudaram-no a crescer e a mostrar potencial. O regresso ao Sporting aconteceu este início de época. A aposta de Leonardo Jardim surgiu e William fez o resto. Correspondeu e continua (já com 22 jogos e 1858 minutos) o seu caminho. No seu escalão sub-21 jogou 332 minutos e viu abrirem-se as portas da selecção principal.

Já se estreou e a manter-se assim o Mundial é uma forte possibilidade.

Paulo Oliveira é outro dos bons exemplos.

Com potencial tem vindo a subir de patamares e de exigência competitiva e os números que apresentam revelam isso mesmo.

Há três épocas que vem sendo dos mais utilizados. Em 2011/12, no Penafiel, jogou 39 jogos e 3301 minutos. Em 2012/13, em Guimarães, entre a equipa B e a passagem definitiva para a primeira equipa foram 43 jogos e 3900 minutos. Este ano já leva 27 jogos e 2250 minutos, a somar a mais 484 minutos na selecção sub-21.

Uma utilização constante e com rendimento faz dele um dos bons jovens valores da nossa Liga.

Olhando para os jogadores da selecção sub-21, vemos qualidade. Os referidos acima mais Ricardo Esgaio, João Mário, Bernardo Silva, Ivan Cavaleiro, Betinho entre outros.

E esta geração tem provado nos jogos de qualificação para o europeu sub-21 de 2015. Rui Jorge tem à sua disposição jogadores com potencial e que podem ser também opção para a selecção principal.

O nível competitivo desta nova geração é um dos aspectos mais importantes, que contribui sem dúvida para a sua evolução e crescimento.

Ganham os próprios jogadores e permite a quem os lidera, serem melhor servidos e com isso ter mais sucesso.