O Sevilha fez apenas nove remates na receção ao FC Porto, o suficiente para marcar quatro golos e seguir em frente na Liga Europa. A eficácia tremenda da formação andaluz, sustentada nos dados recolhidos pelo Centro de Estudos do Futebol da Universidade Lusófona para a Maisfutebol Total, é uma das explicações para o desaire azul e branco.

A formação orientada por Unai Emery soube aproveitar duas oportunidades claras para desferir igual número de golpes no dragão. Ao quinto minuto de jogo, uma grande penalidade polémica permitiu ao Sevilha chegar à vantagem.

O FC Porto foi surpreendido pela entrada forte do adversário mas procurou recuperar a pose e partir para a discussão da eliminatória, agora sem a margem de manobra conquistada na primeira mão.

Apoiado pelo seu público e demonstrando capacidade para causar mossa em rápidas ofensivas, o Sevilha esperou por um dos equívocos do setor recuado contrário para desferir o golpe fatal: Danilo perdeu a bola, esta chegou a Vitolo e o Porto tombou de vez.



Pouco depois, surgiu o terceiro golo e nada parece obra do acaso. O FC Porto dava espaços a mais na sua área e a formação andaluza rematava com enorme probabilidade de sucesso.

Ao sexto ensaio do Sevilha, Carlos Bacca marcou o terceiro golo da sua equipa. Durante a etapa inicial, apenas um remate dos locais não foi enquadrado com a baliza à guarda de Fabiano. Para além disso, cinco em seis tentativas no interior da área, comprovando a incapacidade azul e branca para proteger aquela zona.

Do outro lado, o que fez o FC Porto? Sem Jackson Martínez, demonstrou pouca capacidade para se aproximar das redes de Beto. Em catorze remates ao longo de todo o encontro, metade foram à baliza mas apenas um teve como palco a grande área do Sevilha.


Ainda na primeira parte, Herrera surgiu no último reduto andaluz na sequência de um pontapé de canto, tocou para dentro e rematou em arco, com a bola a ser desviada por um adversário. A eficácia não é o único argumento: atirar em boa posição contribui para o sucesso.

Ao minuto 54, Koke viu o segundo cartão amarelo e, com 3-0 no marcador, os dragões tinham mais de meia-hora para marcar um golo e relançar a eliminatória. Naturalmente, conquistaram o domínio territorial mas apresentaram uma fórmula praticamente estéril.

Luís Castro (também ele a receber ordem de expulsão) recorreu a soluções como Quintero, Ricardo e Kelvin, elementos com capacidade técnica e baixa estatura. Sobrava Ghilas na área, sem inspiração e cruzamentos à medida para provocar estragos.

O Sevilha acabou por marcar o quarto golo em inferioridade numérica, no segundo de três remates ao longo da etapa complementar. Em cima da hora, no penúltimo ensaio do FC Porto, Ricardo Quaresma desenhou o ensaio mais bonito da noite. Pouco para uma equipa que demonstrou escassa profundidade ofensiva e errou em demasia no processo defensivo. Os números do Centro de Estudos do Futebol da Universidade Lusófona, apresentados na galeria deste artigo, demonstram isso mesmo.