Foram vários os avançados que o Benfica contratou desde 2002/03, época em que Nuno Gomes regressou à Luz. Delibasic, Karadas, Manduca, Marcel, Kikin Fonseca e Derlei. Nenhum deles conseguiu impor-se de águia ao peito. Miccoli foi a única excepção numa regra em que Nuno Gomes tem sido sempre a primeira escolha. Por isso se mantém no clube. Em entrevista ao Maisfutebol o avançado pede paciência e carinho aos adeptos. Leia e veja o vídeo desta conversa.
Maisfutebol: Como é que consegue gerir todas as criticas quando olha para o lote vastos de avançados que entraram e saíram do Benfica?
Nuno Gomes:
Antes de mais vou defender esses colegas porque não é fácil chegar ao clube, começar a marcar golos e satisfazer os adeptos. É preciso ter oportunidades e alguns deles jogaram pouco. Por exemplo, lembro-me que o Kikin esteve muito pouco tempo em Portugal e nesse período teve uma lesão que muitas pessoas não sabiam que tinha. Ele andava a jogar com pubalgia, uma lesão que é muito limitativa do que os jogadores podem fazer. Foram avançados que também não tiveram a sorte do seu lado. Acima de tudo não tiveram a paciência que os adeptos deveriam ter para jogadores novos que chegam ao clube. Não se deveria exigir logo o máximo. É preciso ter paciência. O Miccoli esteve dois anos no Benfica, era uma mais valia e foi preciso ter paciência para que ele pudesse atingir a melhor forma. Sei que os adeptos desejariam que um jogador fizesse 20/25 golos, mas isso hoje em dia não é fácil. É preciso muito dinheiro para comprar um jogador desse calibre e não é fácil encontrar um goleador que esteja disponível para vir para o Benfica. Para já têm de se contentar com o que têm e tentar, acima de tudo, acarinhar os jogadores (risos). Os adeptos devem ir ao estádio apoiar a sua equipa porque se as coisas começam a correr mal e assobiam estão a fazer mal ao seu próprio clube. Não me podem acusar de falta de aplicação, pois dou sempre o melhor quando entro em campo. Tal como eles eu também gostava de marcar mais golos.
Quer jogar no Benfica durante mais quantos anos?
Tenho mais um ano de contrato com o Benfica. Depois logo se verá. Já disse publicamente que acabaria a minha carreira no Benfica com muito gosto. O presidente já me disse que gostava que isso acontecesse. Não tenciono acabar a carreira depois desse ano e meio de contrato, portanto vamos ver o que acontece até lá e como estou fisicamente. Sinto que não quero deixar de jogar daqui a um ano e meio.
Quando quer deixar de jogar?
Ainda não me decidi (risos). Há colegas que dizem que vão deixar de jogar quando alguém entrar em campo e os arrastar de lá para fora.
Vai ser um desses?
Sinceramente não sei. Enquanto sentir prazer a jogar futebol não tenciono acabar. Neste momento tenho a sorte de jogar no clube que gosto. Sinto-me capaz. Quando um dia me sentir farto pensarei em deixar. Não quero pensar nestas coisas porque em termos emotivos não vai ser fácil gerir esse fim, portanto vamos adiando.