Jürgen Klopp igual a ele próprio. O treinador do Borussia Dortmund vai receber o Arsenal na Liga dos Campeões, na quarta-feira, e admitiu que há várias diferenças entre ele e Arsène Wenger. «Ele gosta de ter a bola, jogar futebol, passes...é como uma orquestra. Mas é uma canção silenciosa, não é? Eu prefiro de heavy metal», disse, para começar.

«Para mim, ele é sir Arsène Wenger, é qualquer coisa. Adoro-o», declarou Klopp, citado pelo The Guardian. O jornalista descreve que Klopp fez um gesto de um aperto de mão formal. «Mas eu sou este tipo, que dá high fives. Quero sempre barulho, quero sempre isto...», explica o germânico com som e gestos a imitar uma explosão.

Para sublinhar a ideia que tem do jogo, Klopp recorre ao Barça:
«Se o Barcelona dos últimos quatro anos tivesse sido a equipa que vi quando eu tinha quatro anos, com aquela serenidade, a ganhar 5-0, 6-0...eu tinha ido jogar ténis. Desculpem, mas não é suficiente para mim. O que eu adoro é que há algumas coisas no futebol que permitem a cada equipa vencer a maioria dos jogos.»

O alemão continuou. «Não é futebol sereno, é futebol de luta. É disso que eu gosto. Aquilo que na Alemanha chamamos futebol Inglês. Dia de chuva, campo pesado, toda a gente com a cara suja e, quando vão para casa, ninguém consegue jogar durante quatro semanas. Isto é o Borussia», frisou Jürgen Klopp.

A entrevista regressa aos gunners, afinal são os ingleses que visitam o Westfallenstadion nesta semana: «Quando olho para o Arsenal dos últimos dez anos vejo um futebol quase perfeito, mas todos sabemos que não venceu qualquer título. Na Grã-Bretanha, a maioria diz que gosta do futebol do Arsenal, mas têm de vencer alguma coisa. Quem é que vence o campeonato? O Chelsea, mas com um futebol diferente, diria eu. Esta é a filosofia de Wenger. Adoro isso, mas eu não posso treinar assim porque sou um tipo diferente. Creem que há muitas coisas semelhantes entre nós? Espero que sim, nalguns momentos, mas há enormes diferenças também.»

O treinador germânico foi questionado também sobre a expulsão no jogo com o Nápoles. O árbitro português Pedro Proença mandou o técnico do Borussia Dortmund retirar-se, depois de Klopp ter gritado com o quarto árbitro da partida. Fez aquilo porque acusou a pressão?

«Não, faço esta p*** desta cara quando jogo ténis, isso é que é verdade», atirou.

Na entrevista aos media britânicos, Klopp revelou que só esteve com Alex Ferguson uma vez na vida e durante um par de minutos, logo após a final da Liga dos Campeões perdida para o Bayern Munique, em Wembley.

«Acho que não tenho nenhum capítulo no livro dele», riu o germânico. Quanto às diferenças de estilo, roupa incluída, Klopp sublinhou-as: «Desculpem, mas ele é britânico. vocês bebem chá às qautro da tarde e ninguém no resto do mundo percebe porquê. Vocês conduzem do lado contrário da estrada. Nós somos diferentes. Mas tenho a certeza que era capaz de passar dois dias e duas noites com Ferguson. Não sei o que ele bebe. Vinho? Ok, então ele pode beber o seu vinho tinto, eu cá prefiro cerveja.»

A finalizar, Jürgen Klopp mostrou-se «orgulhoso» pelo facto de alguns adeptos do Arsenal o desejarem no clube londrino. «Mas não é importante. A minha mãe pode ficar orgulhosa. É um sentimento melhor do que ninguém me conhecer, mas isso não me ajuda a levantar de manhã, não me ajuda a deitar à noite e não me ajuda durante o dia», concluiu.