1. As duas melhores equipas da actualidade deram bom espectáculo. Prometeu muito e deu gosto ver. Terminou com resultado justo. Grande início, com intensidade, quatro golos em 17 minutos, vários erros à mistura. A primeira parte começou alucinante. Não que tivesse havido muitas oportunidades de golo. As que apareceram marcaram-se, mas pelo ritmo, pela luta por cada espaço, pela agressividade, pela pressão das duas equipas, que obrigava os jogadores a decidir rápido (a maior parte das vezes mal), o que originou poucas jogadas colectivas e escassa circulação de bola.
Na segunda parte a intensidade baixou. Talvez alertados pelos treinadores, e pela impossibilidade de manter aquele ritmo, assistimos a um jogo equilibrado, calculista, com todos os passos pensados.
2. O Benfica, surpreendido, voltou a revelar dificuldade nos primeiros 30 minutos. Apesar de manter a estrutura habitual foi obrigado a esticar o jogo, por força da pressão alta contrária. A partir da meia hora equilibrou. Esperava mais na parte final. Aimar não acrescentou valia e Ola John podia fazer isso mas três minutos não permitem quase nada.
3. Porto com um banco jovem e quase sem experiência, apresentou-se, por força da ausência de James, com um onze mais combativo e pressionante. Defour foi o elemento escolhido para juntar pressão e libertar outros para tarefas mais ofensivas. Fê-lo bem. O final aproximou-se, o resultado servia. As substituições foram nesse sentido.
4. Fernando transmite segurança, é importante. Dá solidez ao sector defensivo e liberdade para que os médios cheguem a zonas de golo.
5. Apesar da defesa incompleta no primeiro golo, Helton foi decisivo na enorme defesa com a mão/luva direita impedindo Cardozo de decidir. Muito bem. Artur errou. Acontece, podia ter sido evitado. É atirar a bola para longe. Prestes a fazer 32 anos aprendeu da pior forma o que não se deve fazer.
6. Muito bom o lance do primeiro golo do Benfica. Canto curto batido, a defesa do Porto a ver a bola a ser trocada pelos jogadores do Benfica sem tocar no chão e a terminar na conclusão fantástica de Matic. Que grande golo. Mérito do Benfica mas não se entende a passividade portista. Obrigatório atacar a bola, ninguém o fez. Imagino Vítor Pereira que tal como a equipa também assistiu ao lance. Bolas paradas decidem e neste jogo foram 50 por cento.
7. Mangala foi autoritário a dominar o sector defensivo. Não é um portento de técnica e abusa por vezes da capacidade física mas está confiante e faz-se sentir na forma como quer sair com a bola. A impor-se.
8. Matic desempenhou muito bem a função, chegando a várias zonas do campo, pressionando e ganhando bolas que depois entregava jogável. Ainda por cima acrescentou aquela finalização fantástica. O melhor em campo.
9. Jackson Martinez mostrou-se mais uma vez. Integrou-se na ideia e estratégia definida por VP. Recuou muitas vezes, segurando a bola ou conduzindo sempre que necessário, permitindo aos médios entrar na sua zona de acção. Trabalhou muito e bem e saiu premiado pela pressão sobre Artur e pela forma como fez o golo.
10. Ficou o duelo entre Alex Sandro e Salvio. Excelente atitude de ambos. A sua competitividade foi um pequeno jogo dentro do clássico. Cada um seguiu os passos do outro com ligeira vantagem para o portista.
11. O jogo teve ausentes de peso. O Porto conseguiu colectivamente suprir a ausência de James e no Benfica fez-se sentir Rodrigo. Kardec apesar de contar não jogou e o espanhol no banco teria sido opção.
12. Os 60.556 adeptos ajudaram a fazer deste jogo mais um grande clássico. Os dois treinadores agradeceram no final a presença dos seus adeptos. Fizeram bem, eles sabem bem da sua importância.
P.S. Izmailov estreou-se. Sem nada a registar veremos no futuro. Inadmissível o erro no site da Liga Portuguesa de Futebol Profissional!!!