«O meu pub em Hammersmith». A esta zona da cosmopolita Londres chega gente de todo o mundo. Enquanto se bebe uma pint, fala-se de desporto: futebol, basquetebol, ténis, Fórmula 1, o que for. Depende de quem passa pela porta. O consumo é obrigatório e as bebidas nunca são por conta da casa. Aqui também se pode falar da NFL, mas se alguma vez se proferir a palavra «soccer» fica o aviso: Woody, o cozinheiro, tem cara de Vinnie Jones e andou na escola do Cantona. Ah, e é primo do Roy Keane. Cuidado...

Não há nada melhor para o dono de um bar do que um Campeonato do Mundo. Seja este de 2014 em futebol, seja o de 2015 em râguebi (jogado em Inglaterra). Gente de todos os lados, de todas as cores, litros e litros de consumo e uma economia paralela criada no imediato, longe das casas de apostas.

É o modo português, afinal. Juntar quem estiver e fazer esse contrato promessa que não é redigido por ninguém, mas que vale honra dentro das paredes de um pub.

Fazer previsões para um Mundial engloba uma dificuldade bem maior do que para uma Liga. Mas é isso que tem de aliciante e, por isso, toda a gente o faz. Até José Mourinho, que lançou previsões sobre a Copa.

Evidentemente, o treinador do Chelsea dominou conversas. «Lá está ele com as coisas dele, de que não fala abertamente de Itália e Inglaterra por isto ou por aquilo», atirou um, crítico de Mourinho.

Ainda assim, as previsões de Mourinho são um ponto de partida. Como seriam outras quaisquer.

Não será difícil chegar a uma conclusão: para aí uns 80 ou mais por cento concordarão que Brasil e Argentina terminam na frente dos respetivos grupos; mesmo os portugueses não se incomodarão com o segundo lugar que Mourinho atirou ou colocar Espanha e Holanda nos dois primeiros do Grupo B.

A maior dificuldade está, precisamente, nos dois grupos que o técnico português hesitou e recusou responder. Aqueles em que estão Grécia, Colômbia, Japão e Costa do Marfim e o de Inglaterra, Uruguai, Itália e Costa Rica.

Ora bem, Mourinho não quis meter a squadra azzurra ao barulho e muito menos a inglesa se não, não o deixam trabalhar em Inglaterra no próximo ano.

Pois bem, a mim pouco importa. E arrisco eu: a Inglaterra vai falhar. Vale uma aposta? E se não me deixarem trabalhar aqui em Londres para o ano, que me deem um pontapé e me ponham a andar.

Mas façam-no bem, como costumam fazer nas grandes competições, de penálti e para longe. E para ter certezas, com Beckham a marcar, agora que se diz que o rapaz pode voltar.

Mais: se a Inglaterra passar a fase de grupos, for campeã do mundo e algum de vocês vier para aqui dizer que não percebo nada de futebol ou qualquer coisa parecida, digam-me lá: e depois? Acham que me importa? Quem é que nunca falhou um prognóstico?    

P.S.- Cá ficam: Brasil e Croácia; Espanha e Holanda; Costa do Marfim e Grécia; Itália e Uruguai; França e Suíça; Argentina e Bósnia; Alemanha e Portugal; Bélgica e Coreia do Sul.

O meu pub em Hammersmith» é um espaço fictício e de opinião do jornalista Luís Pedro Ferreira. Pode segui-lo no Twitter.