Uma visita de um árbitro a casa de Pinto da Costa, na véspera de um jogo, provocou uma das mais negras páginas da história do F.C. Porto. A imagem portista e do seu presidente (e do árbitro também, já agora) ficarão com esta mancha, que vai acompanhá-los durante anos. E não será uma eventual vitória nos vários recursos apresentados e por apresentar que fará com que se dilua.
A Champions é há muito uma das principais fontes de receita dos dragões, a par das transferências milionárias conseguidas em épocas sucessivas. Desde 1974 que os portistas não falham a presença na Europa, e há muito tempo que são a mais competitiva equipa nas provas continentais. Essa visita, incompreensível sob todos os aspectos, pode causar um rombo de 12 milhões nas finanças de um clube que recebeu da liga milionária, desde o início do milénio, cerca de 84 milhões.
Não foi o recurso não enviado que colocou o F.C. Porto nesta situação. Tudo isto não passa de réplicas e ondas de choque, porque o epicentro do sismo portista surgiu precisamente na casa do seu líder. O recurso-que-não-foi-mas-agora-é-que-vai é apenas uma tábua de salvação para as consequências de algo que nunca poderá ser entendido. Um árbitro em casa de um dirigente, seja para o que for.
É inequívoco que a imagem negativa atravessa os limites do Dragão e se propaga por todo o país. Não é só o clube que está em causa, mas o futebol português, que será visto agora por olhos ainda mais desconfiados e terá, infelizmente, menos um representante de peso na UEFA.
O trabalho dos advogados apenas conseguirá revogar, se possível, a decisão da UEFA. O resto vai demorar muito tempo a desaparecer.