A sua revista digitalDito assim, diz-lhe alguma coisa? Provavelmente não. Uma pista: falamos de jogadores de futebol, de um em concreto, como já deve ter percebido por causa do título e da foto. Voltaremos à data de nascimento incompleta lá mais para a frente. Esta é a história de Adnan Januzaj, 18 anos, número 44, jogador do Manchester United. E candidato a próximo fenómeno.
O mundo reparou nele este sábado. Foi pela primeira vez titular pelo Manchester United e fez dois golos. Os dois golos, para ser mais exato, da equipa de David Moyes. Isto foi o que se viu, mas na segunda-feira, pelas reservas do clube, o miúdo já tinha conseguido fazer algo notável. Foi nas reservas, um golo impressionante que o Youtube guardou.
Moyes viu e achou que tinha chegado a altura. Se Adnan Januzaj se tornar de facto um jogador de dimensão mundial, a história dirá que no primeiro desafio como titular do United jogou ele num dos flancos e um tal de Nani no outro. Na frente, Rooney e Van Persie. Nada mau. Há uns anos, lembrou o treinador no final da partida com o Sunderland, foi ele quem lançou o jovem Wayne, no Everton. Moyes não teve dúvidas em arriscar alto: Januzaj é do mesmo calibre.
Moyes, de resto, levou o jovem nascido na Bélgica na digressão de pré-temporada. Para conhecer o mundo, para partilhar aviões, hotéis e balneários com os mais velhos. E para fazer alguns minutos. Num deles assinou aquele que ficará na sua biografia como o primeiro com a camisola pesada do Manchester United.
De regresso a casa, Moyes manteve-o perto. Neste vídeo é possível vê-lo passar, sorridente, a caminho do aquecimento na supertaça inglesa, frente ao Wigan. Estreou-se oficialmente pelo Manchester United nesse dia. Entrou aos 84 minutos para o lugar de Van Persie. Em Wembley, Londres.
Seguiu-se a estreia na Premier League. Mas sobre isso falaremos lá mais à frente, quando completarmos a data de nascimento (por falar nisso, alguma ideia nesta fase do texto?).
O Manchester United desiludiu os adeptos que gostam de ação no mercado. Contratou apenas Fellaini, ao Everton, já em cima do fecho. Desde que se sentou na cadeira quente de Ferguson, Moyes teve de lidar com os problemas de Rooney, com as falhas na defesa, a pouca imaginação no meio-campo e a escassa capacidade para fazer a diferença nas alas. Também por isso deixou andar por ali o miúdo. Quem já viu jogar Adnan Januzaj não precisa de grandes explicações. É um jogador que junta, inesperadamente, capacidade de assumir o jogo, qualidade técnica, velocidade, drible e instinto goleador. Tecnicamente é dotado, remata bem, tem golo. Neste jogo com o Sunderland impressionou a disponibilidade para ser ele a assumir, a arriscar. Como quem diz, eu sei os problemas que vocês têm, deixem-me ajudar. Só tenho 18 anos, mas posso fazê-lo.
De facto, Adnan Januzaj joga porque os extremos do Manchester não têm convencido. Nani renovou mas há meses que não faz um jogo que alegre. Young é metade do que já foi. Valência caiu para defesa. Zaha, também um jovem, parece numa fase atrasada de crescimento. Num cenário assim, o espaço para Januzaj apareceu. Quem viu dirá que aproveitou. Para os responsáveis do Manchester United não foi surpresa. Tinha sido eleito o jogador do ano na equipa de reservas e foi um dos três futebolistas da equipa sub-21 do clube que integraram a digressão asiática da equipa principal. Há coisas que não sucedem por acaso.
No último jogo de Alex Ferguson no banco, de resto, o escocês fez questão de convocar Januzaj. Não jogou frente ao WBA, mas ficou na história e foi visto como um sinal. Apesar de Ferguson achar que ainda preciava de «ganhar corpo», elogiou a qualidade técnica e o equilíbrio do jovem futebolista.
O extremo chegou a Manchester com 16 anos, proveniente do Anderlecht, a 1 de Março de 2011. Assinou o primeiro contrato como profissional em 2012. Custou 700 mil euros. Muito dinheiro para um júnior, provavelmente um dos jogadores mais baratos de sempre se o potencial prometido se confirmar.
Filho de pais nascidos no Kosovo-Albânia, Januzaj nasceu em Bruxelas, na Bélgica. Começou a jogar futebol muito novo, num pequeno clube da capital, o FC Brussels. Aos 11 anos já atuava no principal emblema de Bruxelas. Pouco depois é apanhado num vídeo que um dia destes terá milhões de visualizações.
No Manchester faz o caminho das pedras, na formação. Como todos os jovens talentosos, é tratado com carinho e preparado para um dia chegar ao palco maior. Num vídeo do clube inglês, agradece ao pai todo o apoio, afinal a pessoa que lhe desenhou a carreira até agora. Na entrevista, perguntam-lhe se acha que precisa de melhorar do ponto de vista físico (é alto, mas não parece muito sólido), ele diz que sim, que é sempre possível ser mais forte, mas que pretende utilizar sobretudo a sua capacidade técnica. Personalidade. Numa outra entrevista, ao site oficial, explica que trabalhou muito forte na época 2012/13 porque na anterior uma lesão grave manteve-o durante meses afastado dos relvados. «Queria mostrar o que sou capaz, aprendi muitas coisas e o facto de agora ter um número de camisola na equipa principal deixa-me muito contente». A entrevista data de julho deste ano.
Questionado sobre o lugar onde gosta de atuar, Adnan Januzaj não se faz esquisito. Diz que se sente muito confortável na zona interior do campo. O entrevistador pergunta-lhe se não acha que as melhores hipóteses de chegar à equipa não estarão nas alas (e estavam...), mas ele não desarma. «Posso jogar como número 10 ou como número 8 e na época passada, nas reservas, atuei como ponta-de-lança, pelo que, na verdade, tento jogar em qualquer posição».
Talvez esta seja a altura de voltar lá acima, à data.
5 de fevereiro de 1995 é a data de nascimento de Adnan Januzaj, esta era fácil. Já 5 de fevereiro de 1985 é um pouco mais complicado. Chega lá? Desse dia nasceu Cristiano Ronaldo. Escusa de protestar, caro leitor. As coincidências existem. Podem ser apenas isso, mas existem.
Cristiano e Adnan chegaram à primeira equipa do Manchester United com 18 anos, atuam em zonas semelhantes do relvado e estrearam-se em casa, entrando a partir do banco. Com dez anos de diferença, pisaram as mesmas zonas do terreno. Claro que do português já vimos tudo e o belga-kosovar-albanês ainda só está a começar.
Mas recordemos a estreia de Ronaldo na Premier League, em 2003, com o Bolton.
E agora a de Januzaj, em 2013, com o Cystal Palace.
A pergunta a que falta responder é esta, e pode valer milhões: até onde irá? Lembro-me de estar sentado na redação do Maisfutebol a assistir, entusiasmado, à estreia de Cristiano Ronaldo. No final, a Cláudia Nunes, jornalista, ligou-lhe e ele disse isto. «Graças a Deus, correu muito bem. Foi uma boa exibição. Estou contente. Claro que era assim que queria que fosse a minha estreia. Aplausos? Nós dentro do campo não temos noção do que as pessoas dizem. Para ser sincero, ouvi, mas nem liguei. Tentei ficar concentrado no jogo para que as coisas corressem bem». Assim que acabou, Ferguson foi dar-lhe os parabéns e Giggs disse que era preciso proteger Ronaldo. Com Januzaj não deve ter sido muito diferente, embora o carisma de Ferguson faça falta a qualquer história. O belga já disse publicamente que sempre que tem uma dúvida procura Giggs. No entanto, de momento a pergunta fundamental não é até onde vai, mas se vai com a camisola do Manchester United.
Filho de pais nascidos no Kosovo-Albânia, Januzaj nasceu em Bruxelas, na Bélgica. Começou a jogar futebol muito novo, num pequeno clube da capital, o FC Brussels. Aos 11 anos já atuava no principal emblema de Bruxelas. Pouco depois é apanhado num vídeo que um dia destes terá milhões de visualizações.
No Manchester faz o caminho das pedras, na formação. Como todos os jovens talentosos, é tratado com carinho e preparado para um dia chegar ao palco maior. Num vídeo do clube inglês, agradece ao pai todo o apoio, afinal a pessoa que lhe desenhou a carreira até agora. Na entrevista, perguntam-lhe se acha que precisa de melhorar do ponto de vista físico (é alto, mas não parece muito sólido), ele diz que sim, que é sempre possível ser mais forte, mas que pretende utilizar sobretudo a sua capacidade técnica. Personalidade. Numa outra entrevista, ao site oficial, explica que trabalhou muito forte na época 2012/13 porque na anterior uma lesão grave manteve-o durante meses afastado dos relvados. «Queria mostrar o que sou capaz, aprendi muitas coisas e o facto de agora ter um número de camisola na equipa principal deixa-me muito contente». A entrevista data de julho deste ano.
Questionado sobre o lugar onde gosta de atuar, Adnan Januzaj não se faz esquisito. Diz que se sente muito confortável na zona interior do campo. O entrevistador pergunta-lhe se não acha que as melhores hipóteses de chegar à equipa não estarão nas alas (e estavam...), mas ele não desarma. «Posso jogar como número 10 ou como número 8 e na época passada, nas reservas, atuei como ponta-de-lança, pelo que, na verdade, tento jogar em qualquer posição».
Talvez esta seja a altura de voltar lá acima, à data.
5 de fevereiro de 1995 é a data de nascimento de Adnan Januzaj, esta era fácil. Já 5 de fevereiro de 1985 é um pouco mais complicado. Chega lá? Desse dia nasceu Cristiano Ronaldo. Escusa de protestar, caro leitor. As coincidências existem. Podem ser apenas isso, mas existem.
Cristiano e Adnan chegaram à primeira equipa do Manchester United com 18 anos, atuam em zonas semelhantes do relvado e estrearam-se em casa, entrando a partir do banco. Com dez anos de diferença, pisaram as mesmas zonas do terreno. Claro que do português já vimos tudo e o belga-kosovar-albanês ainda só está a começar.
Mas recordemos a estreia de Ronaldo na Premier League, em 2003, com o Bolton.
E agora a de Januzaj, em 2013, com o Cystal Palace.
A pergunta a que falta responder é esta, e pode valer milhões: até onde irá? Lembro-me de estar sentado na redação do Maisfutebol a assistir, entusiasmado, à estreia de Cristiano Ronaldo. No final, a Cláudia Nunes, jornalista, ligou-lhe e ele disse isto. «Graças a Deus, correu muito bem. Foi uma boa exibição. Estou contente. Claro que era assim que queria que fosse a minha estreia. Aplausos? Nós dentro do campo não temos noção do que as pessoas dizem. Para ser sincero, ouvi, mas nem liguei. Tentei ficar concentrado no jogo para que as coisas corressem bem». Assim que acabou, Ferguson foi dar-lhe os parabéns e Giggs disse que era preciso proteger Ronaldo. Com Januzaj não deve ter sido muito diferente, embora o carisma de Ferguson faça falta a qualquer história. O belga já disse publicamente que sempre que tem uma dúvida procura Giggs. No entanto, de momento a pergunta fundamental não é até onde vai, mas se vai com a camisola do Manchester United.
De acordo com os media ingleses, o contrato assinado aos 16 anos termina em 2015 e ainda não foi renovado. Moyes já disse que não está preocupado, que o Manchester United é o lugar certo para fazer crescer jovens jogadores. Sim, mas o nome da Juventus tem sido apontado como forte interessado. E Moyes também falou em pessoas próximas do jogador como potenciais complicadores do processo.
Januzaj está, de resto, no centro de outra disputa. Apesar do talento que exibe, ainda não é internacional. Nascido na Bélgica de pais do Kosovo-Albânia, poderia jogar por três seleções: Bélgica, Albânia e Sérvia, uma vez que a FIFA ainda não permite jogos oficiais do Kosovo. Como se não bastasse, logo a seguir aos dois golos deste sábado o treinador do Manchester United tornou público o interesse da Inglaterra em poder contar com Januzaj, algo que só poderia suceder em 2018, após cinco anos consecutivos de residência no país.
Na Albânia o tema já chegou às televisões. Na Bélgica, Januzaj é um talento (mais um…) reconhecido e poderia ter a oportunidade de jogar numa grande seleção, nas maiores provas para equipas nacionais. Para já, aos 18 anos, parece empenhado em tornar famosa a camisola 44 do Manchester United. Para o conseguir, resta-lhe seguir o conselho que sir Alex lhe deu quando se reformou: trabalha no duro e sê profissional também fora do campo. Simples, não é?
