[Tirambaço: substantivo masculino; Chute violento em direção ao gol (Brasil) ]

Quando há uma história em França é provável que haja um português metido. E nesta há Fábio Coentrão.

Também há Leonardo Jardim. Pode dizer-se ainda João Moutinho e Bernardo Silva. Mas Coentrão está no centro desta. Uma espécie de Diamantino Tomé Figueiredo de Mbappé.

Kylian Sanmi Mbappé Lottin.

Nome completo de dois golos do Mónaco nos quartos-de-final da Liga dos Campeões. E assinatura de outros dois na prova.

Thierry Henry, o gémeo reformado de Mbappé, fez sete na edição de 1997/98. Pelo Mónaco, o mesmo clube. Comparação inevitável.

A certeza do futuro brilhante de Mbappé é mais precoce, parece-me, do que a de Henry. O risco de falhar com o miúdo nascido em Bondy é quase nulo. Todos o vemos.

Como viram todos aqueles que em 1993 defrontaram o Fenómeno na Luz. Podemos, talvez, perguntar a Abel Xavier, William e Daniel Kenedy ali pelo minuto 1:29.

Ou então, ao tal Diamantino Tomé Figueiredo.

Português emigrado em França, por sinal adjunto de Sérgio Conceição no Nantes, e que no Belenenses sofreu o primeiro golo de sempre de Ronaldo, o Fenómeno dos fenómenos, como sénior do Cruzeiro.

O primeiro golo profissional.

Um golo que só quem estava no Restelo viu.

E que só Figueiredo sofreu.

Como só Fábio Coentrão cedeu o lugar para a estreia de Kylian Mbappé no futebol profissional.

Um dia, ainda hão de ligar ao das Caxinas.

Para ele falar deste impressionante avançado, que emerge no Mónaco, é comparável a Henry, mas que, provavelmente, é o jogador que mais certezas dá de futuro estrelato depois de Ronaldo Nazário de Lima, nome completo de um Fenómeno, que mal surgiu no Cruzeiro se percebeu que seria grande e depois no PSV que seria enorme. 

O Tirambaço é um espaço de opinião do jornalista Luís Pedro Ferreira. Pode segui-lo no Twitter.