Siga o Suécia-Portugal EM DIRETO

Hélder Postiga, Nani, Ricardo Costa, Raul Meireles, Hugo Almeida e Beto foram os primeiros a subir ao relvado do Friends Arena na véspera do Suécia-Portugal e entretiveram-se num meinho que, entre os toques na bola, metia uma espécie de jogo de «Stop» em movimento. Quando recebia a bola, cada jogador tinha de dizer ora nomes de petiscos, ora marcas de chocolates, por aí fora. O primeiro a falhar na sua vez perdia. Deu muitas gargalhadas e deu o tom do ambiente na seleção antes dos 90 (ou 120 minutos) que decidirão se Portugal vai ao Mundial 2014.

Portugal chega a meio caminho em vantagem. Não está resolvido, mas deu um passo sólido com a vitória na Luz. O facto de ter ganho sem sofrer golos, a forma como foi superior à Suécia na segunda parte e também a história confirmam-no. Desde 1998, quando começaram a jogar-se play-offs para as grandes competições, as equipas que venceram a primeira mão apuraram-se em 19 de 21 ocasiões no total. No caso do Mundial a única equipa que não conseguiu segurar uma vantagem trazida da primeira mão foi a Rússia para 2010: depois de ter ganho em casa à Eslovénia por 2-1, perdeu a segunda mão por 1-0.

A seleção nacional tem ainda do seu lado a experiência de dois play-offs seguidos superados, ambos frente à Bósnia, o segundo dos quais já maioritariamente com a atual equipa. Mas a outra face da moeda é a pressão de ter voltado a não conseguir resolver o assunto na qualificação e se ter deixado apanhar nesta situação de ter a presença no Campeonato do Mundo do Brasil em risco.

Portugal tem sete presenças seguidas em fases finais, vai à procura da oitava e isso é notável, poucos no mundo o fizeram. Mas Paulo Bento é o primeiro a saber que, se correr mal no Friends Arena, é o fim da linha. Pelo menos para si. O próprio selecionador o assumiu na véspera do jogo, sem rodeios.

O jogo de Solna será necessariamente diferente do da Luz. A Suécia tem mesmo de fazer golos para continuar viva. É à Suécia que interessa o guião que o selecionador Erik Hamrén quis traçar, quando disse que esperava que fosse um jogo com drama até ao final. Paulo Bento discordou, entendendo drama como tragédia, mas Hamrén falava no sentido teatral do termo. Ele espera que a Suécia consiga manter o jogo em aberto até final, seria provavelmente sinal de que tinha conseguido marcar e Portugal não.  Mas Paulo Bento tem razão numa coisa. Para Portugal quanto menos drama melhor, o guião que já está escrito é bom. 

Neste sentido teatral, a expressão drama assenta bem a tudo isto. Portugal prolongou esta história mais do que devia, até este último encore em Solna. Voltou a alimentar dúvidas com o jogo na Luz, com momentos de falta de lucidez antes de assentar e mostrar em campo que é melhor que o adversário.  Agora tudo se resume a um jogo. Seja como for, vai cair o pano sobre esta história.   

Discurso direto

Erik Hamrén: «Portugal tem uma equipa muito boa. Têm vantagem, podem jogar com o resultado. Nós precisamos de ganhar. Precisamos de ser tão bons na defesa como fomos em Lisboa, mas melhores em termos ofensivos do que na segunda parte. Vamos defrontar uma grande equipa, com grandes jogadores individuais. Não podemos começar o jogo a atacar e ter a ambição de marcar cedo e fácil, se não eles vão castigar-nos depressa. Temos de trabalhar juntos e ter força na defesa. Mas temos de ter mais qualidade quando temos a bola. Esperamos ter um pouco mais de qualidade e felicidade na finalização. Espero um jogo muito duro. Espero que seja um drama até ao final. Espero estar enganado, que possamos marcar antes muitos golos, mas acho que vai ser um jogo muito duro até ao fim. Para nós não é um confronto Ronaldo-Zlatan. É entre a Suécia e Portugal.»

Paulo Bento: «É importante marcar e a nossa estratégia vale sobretudo por tentar vencer o jogo. Queremos ter a bola, queremos dominar, queremos marcar e queremos sobretudo vencer o jogo. Temos uma vantagem de um golo, que não é uma vantagem larga nem confortável, mas é uma vantagem. Vamos tentar marcar, sendo certo que não estamos obcecados com o momento em que o faremos: os jogadores sabem que se o fizermos, não fica nada resolvido, da mesma maneira que sabem que se vivermos um momento adverso, eles têm capacidade para dar a volta a essa adversidade. Se tentarmos ganhar o jogo estaremos mais perto de garantir o passaporte para o Brasil, se não tentarmos ganhar, se viermos só para defender o resultado e não quisermos jogar o jogo, ficaremos mais longe de garantir o apuramento para o Brasil.»

Equipas prováveis

Suécia



Portugal