Muito se tem falado das estrelas que podem falhar a presença no campeonato do mundo. Em África como na Europa essa conversa é inevitável numa altura em que se jogam os play-off para atribuir os derradeiros lugares para o Mundial do Brasil.

Este sábado, duas dessas estrelas deparam-se com o derradeiro obstáculo: Didier Drogba, pela Costa do Marfim, e Emmanuel Emenike, pela Nigéria. O costa-marfinense de 35 anos tem mesmo a derradeira oportunidade para poder brilhar numa competição mundial de seleções.

Emmanuel Emenike, titular da seleção da Nigéria, tem-se destacado como a grande figura da atual geração dos tri-campeões continentais. Aos 26 anos, tem-se destacado não só nos jogos pelo seu país, mas também pelo Fenerbahçe. Após a vitória na primeira mão por 2-1 sobre o Senegal, em Addis Abeba, com dois golos de Emenike, a vantagem está toda do lado nigeriano, que, em Calabar, vai querer garantir o seu quinto Mundial.

Muitas vezes comparado ao ex-setubalense Rashidi Yekini, o avançado diz que as primeiras recordações de Mundiais vêm precisamente de 1994, quando Yekini brilhava ao lado de Amokachi e Oliseh. Os nove golos que Emenike apontou pela seleção estão ainda muito longe dos 37 apontados por Yekini, que continua a ser o melhor marcador de sempre do seu país.

«As chuteiras do Rashidi Yekini são grandes demais para mim. Só estou a tentar fazer aquilo que sei e ser o melhor para o meu país. No fundo ainda não fiz nada. Tenho muito pela frente antes de alcançar o nível de um ídolo como ele», disse em entrevista ao fifa.com.



Tarefa um pouco mais facilitada tem a Costa do Marfim de Didier Drogba. Na primeira mão a equipa venceu por 3-1 em casa o Senegal e agora vai jogar em Casablanca (Marrocos) porque o adversário em o estádio interdito.

O selecionador senegalês, Alain Giresse, ainda não atirou a toalha ao chão: «Temos de acreditar. É muito simples. Sabemos o que temos de fazer e o que é necessário para nos qualificarmos. Temos de marcar dois golos para nos qualificarmos para o Campeonato do Mundo. O desafio é esse».

O problema é que do outro lado está a Costa do Marfim, uma das fortes seleções africanas, que só perdeu um jogo competitivo em 2013, com a Nigéria, nos quartos-de-final da Taças das Nações Africanas. Ainda assim, pode haver dificuldades para o selecionador Sabri Lamouchi, pois os médios Cheick Tiote e Geoffroy Serey Die estão suspensos e Boka Arthur e Siaka Tiene lesionados.

Os outros jogos

A fase final de qualificação africana não é concluída no mesmo dia. No total são cinco jogos para atribuir cinco lugares. Para domingo está reservado um absolutamente escaldante Camarões-Tunísia, que tem tudo por resolver, porque na primeira mão as duas equipas empataram a zero golos.

As derradeiras partidas realizam-se na terça-feira, sendo que Egito-Gana não haverá história para contar depois da goleada por 6-1 no primeiro jogo.  História bem diferente estará reservada para o Argélia-Burkina Faso, onde há muito para resolver, uma vez que o Burkina Faso venceu por 3-2 na primeira mão.  A vice-campeã continental de 2013 está à procura de uma classificação inédita para o Mundial, enquanto que os argelinos tentam seguir os exemplos do passado, nomeadamente de 1982, 1986 e 2010.