Francis Obikwelu, que este domingo se sagrou campeão europeu dos 60 metros em pista coberta, atribuiu a conquista da medalha de ouro à eficácia na partida: «O João Ganço (treinador) disse-me que eu poderia ganhar. Precisava era de partir melhor do que o francês. Eu parti bem e acabei melhor», explicou o velocista, citado pela agência Lusa.

«Dormi bem. De manhã disse para começarem a contar comigo, sentia-me bem e o meu treinador disse-me para não pensar em nada, e para correr. A partida foi boa, como já disse. O Chambers, que eu sabia ser o mais perigoso, saiu à frente, mas depois, na aceleração, fui mais forte», acrescentou o atleta português de origem nigeriana.

Obikwelu, de 32 anos, bateu por apenas um centésimo de segundo o britânico Dwain Chambers (6,54 segundos), que defendia o título, e o francês Christophe Lemaitre (6,58), conseguindo novo recorde nacional e a melhor marca europeia do ano.

Os Mundiais de Daegu (Coreia do Sul), em Agosto, são outro objectivo para Obikwelu, que no entanto evita falar em medalhas: «Como sempre faço, darei o meu melhor, para agradecer o apoio de Portugal e do público português. Um atleta não deve falar de medalhas, e eu já não tenho nada a provar...», acrescentou.

Para o treinador João Ganço, Obikwelu ainda «não deu tudo» à modalidade, acrescentando que a meia-final foi um indicador de que o velocista estava num bom momento: «Nessa corrida, vi que estava mesmo para ganhar. Nos Mundiais ele pode voltar a baixar dos 10 segundos, e, se assim for, até pode ser mais uma medalha para Portugal».

Naide Gomes, por seu lado, falou da conquistou da medalha de prata no comprimento. «Lutei com toda a garra que tinha. Umas vezes a prova sai bem, outras mal», disse, manifestando-se de resto «triste» pelas estimativas que a afastavam da luta pelas medalhas e destacando a sua recuperação de lesão: «Agradeço ao meu treinador (Abreu Matos) e ao departamento médico da Federação.»