Milos Obradovic assinou, nesta terça-feira, a rescisão unilateral do contrato que o ligava à União de Leiria. O médio sérvio invoca os salários em atraso como a razão para a saída do clube.

«Recebemos muitas promessas mas a verdade é que continua tudo na mesma. A minha situação tornou-se insustentável, fiquei sem dinheiro para comer e tive de mandar a minha mulher e filho de volta para a Sérvia», desabafou o jogador ao site do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol.

O futebolista lamenta as dificuldades financeiras dos leirienses e as sucessivas promessas que o Presidente do clube, João Bartolomeu, não consegue cumprir. «O ambiente não pode ser o melhor, nota-se que existe tensão e é difícil manter a serenidade quando nos deparamos com problemas desta gravidade. Existem casos de jogadores com três e quatro meses em atraso», comentou Obradovic.

O Presidente do Sindicato, Joaquim Evangelista, aproveitou mais este caso para comentar as dificuldades de alguns clubes portugueses: «A questão do incumprimento salarial deixou de ser vista como um episódio esporádico, conjuntural, para se tornar permanente, estrutural. Isto é inaceitável e deve-se não só a uma atitude negligente, mas ao autêntico despudor e má-fé com que algumas entidades patronais se tornam insensíveis às consequências que o seu comportamento acarreta para a parte mais frágil da relação laboral: o jogador. E consequentemente para a sua família».

Evangelista ainda alertou que «existe concorrência desleal e o respeito integral pela verdade desportiva é posto em causa quando uns cumprem e outros não. É fundamental encontrar uma solução para este problema», concluiu.