O Marítimo renasceu em Alvalade depois um arranque em falso, um empate caseiro frente ao Beira-Mar e uma derrota em Braga. A partir daí somaram quatro vitórias consecutivas e garantem presença no trio de terceiros, atrás de FC Porto e Benfica.

Coincidência ou não, com a entrada de Olberdam para o meio campo, os pupilos de Pedro Martins arrepiaram caminho e somaram bom resultados.

«Pedro Martins é grande psicólogo»

O médio brasileiro está na Madeira desde 2005, embora de forma descontinuada. Pelo meio teve outras experiências. Agora, sente-se ainda mais motivado e explica porquê, em entrevista ao Maisfutebol: «Não digo que sou um novo Olberdam, mas sim um jogador com motivação extra e ânimo a mais. Se alguém teve grande influência nisso foi o Pedro Martins, que eu não conhecia, mas tem sido muito importante, não só para mim, mas para todo o grupo.»

Olberdam relembrou ainda que não está a jogar numa nova posição, mas sim na que o levou até à Madeira. «Quando cheguei ao Marítimo, jogava na actual posição. Mas há três anos, com o Lazaroni, fui adaptado a trinco e, como tínhamos boa equipa, jogasse quem jogasse, fazia-o bem. Deu certo e daí para a frente fiquei sempre a jogar aí. Mas a minha posição preferida é a de médio esquerdo, pois é onde me sinto mais à vontade.»

O FC Porto, Espanha e as saudades de Marcinho

«Foi bom ter saído»

O médio conheceu, no passado, um momento menos bom, que levou à sua saída por empréstimo até Braga, e depois Atlético Paranaense e Rapid Bucareste.

«Cada treinador tem a sua maneira de trabalhar. Nunca fui diferente, não desaprendi de jogar, sempre dediquei-me ao máximo e fui bom profissional, mas infelizmente não se pode agradar a toda a gente. Não fazia parte dos planos do antigo técnico e o futebol é assim, mas agora estou aqui para ajudar e dar o meu máximo», confiou.

Olberdam não guarda mágoa e até reconhece pontos positivos nessa decisão. «Precisava de ter saído e foi muito bom. Até em termos psicológicos foi bom, pois estava na Madeira há já muito tempo e fui do céu ao inferno. Joguei em todos anos que estive no Marítimo, mas na altura nem sequer fazia parte dos convocados e tinha de sair. Se estivesse a jogar não precisava de sair, porque gosto de estar aqui».

O médio recordou depois as passagens por outros clubes: «No Braga tive lesões e não fui feliz na adaptação. No Atlético Paranaense também vivi outras lesões, mas foi bom para limpar a cabeça. Já o futebol romeno não tem nada a ver com o português e é mal organizado. O Rapid é um grande clube lá, mas não gostei da organização. Se me perguntassem agora se quereria voltar, diria obviamente que não. Havia muito frio e neve, o que me atrapalhou também muito, mas na altura era a única possibilidade que eu tinha para sair por empréstimo. Joguei mais lá, mas agora só quero pensar neste Marítimo.»

Golos dedicados ao massagista

Este ano, em seis jogos, já marcou dois golos. E festejou sempre o feito junto do banco, abraçando o massagista Arnaldo Freitas. Quando perguntámos porquê, o brasileiro riu-se antes de explicar. «O Arnaldo é um pai que tenho no Marítimo desde que cheguei. Na altura tinha também o João Júlio, que já se reformou. Foram duas pessoas que me trataram como um filho, e ajudaram nos vários problemas de adaptação que tive. Para além de grande profissional, tenho um carinho especial pelo Arnaldo. Falo muito com ele e brincando digo-lhe que se marcar um golo vou abraçá-lo. Por isso, quando marco, não vem outra pessoa à minha cabeça e vou lá abraçá-lo», concluiu.