A despromoção de Pedro Henriques da primeira categoria da arbitragem nacional criou uma onda de decepção entre vários adeptos do futebol português. O árbitro de Lisboa, entretanto, já anunciou que termina a carreira, reformando-se da actividade um ano mais cedo que poderia fazer legalmente.

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Olegário Benquerença não critica o colega. Mas também não critica a Comissão de Arbitragem, que decidiu as classificações. «Em vinte anos já nada me surpreende. Já vi muita gente ser despromovida. Eu no ano de estreia na primeira categoria também fui despromovido, mas regressei e agora estou aqui.»

«Uma despromoção para ele é o final de carreira porque a idade não lhe permite voltar fosse de que forma fosse. São azares que acontecem. Desejo-lhe muita sorte. O mundo não acaba aqui, que continue a ser igual a ele próprio. Vai ser feliz seguramente, há muita coisa que pode fazer na arbitragem sem ser arbitrar.»

Pelo caminho, Olegário revela que terminar a carreira com uma despromoção não é um fim inglório. Pelo menos ele não entende as coisas assim. «Isso acontece todos os anos com jogadores também. Há grandes craques, capitães da selecção portuguesa, que foram dos melhores do mundo e que acabaram as carreiras no banco.»

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«E vamos dizer que isso é terminar sem honra e sem glória? Obviamente que não. Os árbitros, como os jogadores, têm os seus pontos altos e os seus pontos menos altos. Isto é dinâmico», finalizou o único árbitro no Mundial 2010, ele que falou com a imprensa no final de um treino aberto no centro de estágio em Pretória.