Sulejmani saltou do banco para dar a vitória ao Benfica, num jogo mais difícil do que se esperava, atendendo à valia individual e coletiva das duas equipas. O Olhanense esteve por duas vezes em vantagem e destapou debilidades na equipa encarnada.

O Benfica sentiu a ausência da voz (e dos pés…) de comando de Enzo Perez. No 4x4x2, foi dada mais liberdade a Matic – para fazer de Enzo… - mas depois faltou… Matic, no lugar que o sérvio tem sido imprescindível, nas costas de Enzo. Abria-se assim um vazio que emperrou as ações ofensivas e que foi bem aproveitado pelo Olhanense para saltar para o ataque. Mas Matic não jogou mal, até foi o melhor em campo. 
Só que não dá para tudo! 

No Benfica, também não houve Markovic (está lesionado) e Ivan Cavaleiro jogou à frente de Maxi Pereira. Não voltou depois do intervalo, aparecendo Sulejmani em boa hora, para os encarnados. Com uma defesa remendada nas faixas laterais, o Olhanense foi sustendo o maior caudal ofensivo dos encarnados. Paulo Alves também colocou o Olhanense em 4x4x2, com Celestino e Pelé no miolo. Femi Balogun (na esquerda) e Regula (na direita) tinham por missão canalizar jogo pelos corredores, estando o ataque entregue a Mehmeti e Dionisi. Na prática, Regula caía muito para o centro e o Olhanense tirava vantagem dessas movimentações, ganhando vantagem numérica que ajudava a aumentar o buraco no miolo encarnado.

Luisão e Sílvio, em posição vantajosa, escorregaram duas vezes na área do Olhanense, nos primeiros cinco minutos. Dois lances que exemplificam as dificuldades de adaptação ao relvado e o início displicente do Benfica, que culminou, dois minutos depois, com o golo do Olhanense: Sílvio endossou mal para Garay e Mehemeti aproveitou para entrar e assistir Dionisi, com Artur a defender para a frente, aparecendo depois Femi Balogun a recarregar.

O Olhanense marcou na primeira vez que chegou à baliza do Benfica e aproveitou a entrada tardia dos encarnados em jogo. Uma ausência que durou até aos dezanove minutos. As dificuldades do Benfica em encontrar o caminho para a baliza do Olhanense eram muitas, mas, numa jogada entre Sílvio e Gaitan, o argentino cruzou para o segundo poste, onde apareceu Lima a cabecear para o fundo da baliza de Belec. Pela qualidade do futebol do Benfica, o golo foi uma dádiva.

E quando o Benfica já controlava (mas não de forma convincente…), Regula voltou a colocar a nu as fragilidades da equipa na zona central, com um remate de fora da área que surpreendeu Artur. O guarda-redes do Benfica ficou mal na fotografia, ao deixar a bola bater-lhe à frente, quando o podia ter evitado. Até porque o remate do jogador do Olhanense foi feito a cerca de quarenta metros da baliza.

Esta foi a primeira vez que o Olhanense marcou dois golos num jogo para o campeonato. Elucidativo das facilidades concedidas pelos jogadores encarnados.

Matic, claro, conseguiu equilibrar o resultado com um remate de fora da área. Mas ao intervalo a exibição dos encarnados era muito má.

Sulejmani foi tirado da cartola de Jorge Jesus para a segunda metade e o Benfica recomeçou o jogo a vencer: com apenas três minutos, Rodrigo assistiu o sérvio, que rompeu pela defesa algarvia para rematar e resolver um problema que já durava há 45 minutos.

Em vantagem, os encarnados acalmaram e geriram, sem grandes dificuldades, o jogo. Apesar de não terem existido claras ocasiões, mais golos poderiam ter sido marcados. No entanto, a vitória não esconde as dificuldades que o Benfica sentiu perante uma equipa que não passa por um bom momento e que nunca tinha marcado mais do que um golo, em jogos do campeonato. A ausência de Enzo Perez não explica tudo.