Com a auto-estima das duas equipas em baixo, alguma coisa tinha de ser mudada. Tanto a nível de jogadores, mas principalmente de atitude. E foi este o ponto mais visível, com a entrega dos intervenientes a proporcionar um espectáculo razoável, vivo e bem jogado na primeira metade, e com menos qualidade na segunda, mas emotivo até final e com domínios repartidos. O empate a zero acaba por ser mais penalizador para os algarvios, que aumentaram para nove os jogos sem vencer e que podem ficar mais perto da linha-de-água.

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Na formação das equipas, Daúto Faquirá mudou três elementos, com os regressos após lesão de João Gonçalves, Mexer e Toy, para os lugares de Suarez, Anselmo e Jorge Gonçalves. A nível táctico, o 4x3x3 permaneceu inalterável. No Paços de Ferreira, o treinador Rui Vitória alterou duas unidades, deixando no banco André Leão e Pizzi por troca com Filipe Anunciação e Caetano e, tal como o adversário, esquematizado em 4x3x3.

O vai-e-vem das duas equipas nos primeiros minutos deixou perceber que os três pontos seriam bem disputados. As saídas para o ataque por parte do Olhanense eram mais rápidas para tirar partido das características de velocista de Dady enquanto o jogo do Paços de Ferreira era mais pensado, com David Simão e Leonel Olímpio a marcarem o ritmo.

Olhanense-P. Ferreira, 0-0 (destaques)

Numa das correrias de Dady, o cabo-verdiano desmarcou-se (7¿) num lançamento de Rui Duarte para as costas da defesa pacense, com o lance a terminar polémico devido à queda do avançado do Olhanense na área, quando Cássio saiu da sua baliza e foi defender de pés. Ficou a sensação de grande penalidade a pedir esclarecimento televisivo para acabar com as dúvidas.

Cássio e Dady voltariam a ser protagonistas com o guarda-redes brasileiro a levar a melhor novamente: aos 24 minutos negou o golo ao Olhanense com vistosa e difícil defesa para canto, após cabeceamento do cabo-verdiano.

Seguiram-se mais dois minutos interessantes nas duas balizas, por Manuel José, que na área algarvia não teve pontaria para desviar um centro da esquerda, e por Rui Duarte que, num ressalto à entrada da área, atirou por cima da baliza de Cássio. Até ao intervalo a cadência do jogo não abrandou mas houve menos acerto ofensivo.

Paços melhor após o intervalo

A segunda parte começou com uma boa oportunidade (49¿) para o Paços de Ferreira, com Manuel José a cruzar na direita e a bola a passar próxima da linha de golo sem que ninguém a desviasse. Novos dados, com a equipa de Rui Vitória mais rápida a sair para o ataque. Reforçada pouco depois (56¿) quando Caetano isolou-se valendo ao Olhanense a saída da Bruno Veríssimo. Claramente, o Paços reentrou melhor.

Os médios do Olhanense deixaram de ter bola sendo recorrente o pontapé para a frente. Faltou lucidez e a velocidade da primeira parte, assistindo-se, por isso, a uma inversão de papéis, com os algarvios parecendo mais preocupados em defender o pontinho. Nem um remate os algarvios efectuaram na segunda parte.