Não é fácil gostar de Domenech. Mas há quem goste. Chama-se Estelle Denis, é jornalista e tem dois filhos do seleccionador francês. Olhando para ela percebe-se que recebeu de Deus toda a beleza que o Criador reservou para o casal. Nunca ouvi a senhora falar, mas não é difícil adivinhar que tenha recebido também toda a nobreza.

Já gostar da bela da Estelle é bem mais fácil. Deve haver uma centena de palavras para justificar o que acabo de dizer, mas assim de repente lembro-me de duas: Trezeguet e Giuly. Gostavam muito. Tanto que ficaram fora do Euro 2008 e do Mundial 2006 por causa disso. Domenech nunca foi apreciador de um bom desafio.

Em Portugal há dez milhões de pessoas que o sabem. Aliás, dez milhões mais um. Lucílio Baptista sabe-o de uma maneira particular e por isso já apresentou uma queixa na UEFA. Os nossos jovens são menos dados a processos disciplinares e preferiram mostrá-lo no balneário de Clermont-Ferrand. Ou no que sobrou dele.

Scolari esteve quase a mostrá-lo à porta de um balneário na Alemanha. Conteve-se e fez mal. Ninguém me tira da cabeça que o murro que acertou em Dragutinovic já estava guardado desde o encontro com o olhar provocador de Domenech. E esse foi o maior erro de gestão do brasileiro na selecção. Bem maior do que Baía ou Maniche.

Domenech é insolente. Maldoso, perverso e diabólico. No final do jogo com a Itália anunciou que ia pedir Estelle em casamento. Curiosamente a senhora lamentava-se que ele nunca mais fazia o pedido. «Nos momentos difíceis vemos as coisas bonitas da vida», explicou. Como sempre um cavalheiro, este Domenech. Foi preciso deixar o Euro corado de vergonha para ver que ela é bonita?

«Box-to-box» é um espaço de opinião da autoria de Sérgio Pereira, jornalista do Maisfutebol, que escreverá aqui todas as quintas-feiras.