Ponto por Ponto é um espaço de opinião quinzenal do jornalista Vítor Hugo Alvarenga. Baseando-se no sistema de avaliação utilizado pelo Maisfutebol, classifica positiva e negativamente figuras e factos do panorama desportivo. Críticas e sugestões para valvarenga@mediacapital.pt.

POSITIVO

5 pontos: Seleções Nacionais

2016 tem sido um ano de ouro para as Seleções Nacionais, com as conquistas do Europeu AA em julho e do Europeu sub-17 em maio. Mas não só. Aqui está o balanço completo de Luís Pedro Ferreira. Grandes esperanças para o presente e o futuro do futebol em Portugal, evidentes na fornada de talentos que continua em exposição nos sub-21. A cotação internacional vai subindo e traduz um trabalho sustentado, uma aposta vincada na formação, tanto nos clubes como sobretudo na Federação. Bons tempos.

4 pontos: Luís Castro

O treinador de 55 anos assume o Rio Ave após excelente trabalho no FC Porto, sobretudo na equipa B. Curiosamente, o presidente António da Silva Campos tinha projetado um «treinador jovem» como sucessor de Capucho. Mas adiante. O técnico regressa à Liga depois de recusar proposta chinesa no verão, dizendo que «o dinheiro não é tudo». Terá havido igualmente uma questão familiar a pesar na balança de Luís Castro, mas esta visão representa uma lufada de ar fresco. Merece esta oportunidade, embora o Rio Ave precise de mais soluções, sobretudo no ataque.

3 pontos: Entrevista de Vukcevic

Mais um destaque para um pedaço de bom jornalismo, de novo através do Maisfutebol e igualmente por culpa do entrevistado. Por vezes é assim, depende de quem está do outro lado. Bruno José Ferreira encontrou um Simon Vukcevic arrependido e consciente dos erros cometidos no passado, quando desperdiçou sucessivas oportunidades no Sporting. Assume tudo e espera uma oportunidade em Chaves. O discurso merece o aplauso. O tempo dirá se ainda há tempo para recuperar o bom Simon Vukcevic. Se a cabeça se mantiver no sítio, acredita-se que sim.

NEGATIVO

2 pontos: Thomas Muller

A Alemanha goleou San Marino por 8-0 e Muller veio a público dizer que não entendia «este tipo de partidas, ainda menos com um calendário tão cheio». «Entendo por eles, especialmente jogando contra os campeões do mundo», atirou o alemão. Polémica instalada, resposta dura e justificada de San Marino. É certo que alguns jogos incomodam as maiores seleções mas permitem às mais pequenas evoluir. Thomas Muller pode, por exemplo, pedir a Joachim Low para o poupar a tamanho incómodo. Fica-lhe mal lembrar o fosso entre ricos e pobres.

1 ponto: Carlos Pinho e Bruno de Carvalho

A boa imagem que as Seleções Nacionais transmitem de Portugal é afetada por polémicas vindas de estruturas de clubes e dirigentes, chegando a jornais internacionais. Foi o que aconteceu com as imagens da zona técnica de Alvalade, após o Sporting-Arouca. Temos jogadores que falam pouco – por imposição dos clubes – e dirigentes que aparecem demasiado. As instâncias competentes irão avaliar o que aconteceu em Alvalade mas uma coisa é certa: foram cenas deploráveis com protagonistas que não são virgens na matéria. Nem Carlos Pinho nem Bruno de Carvalho ficam bem na fotografia.