«4x4x3» é um espaço de análise técnico-tática do jornalista Nuno Travassos. Siga-o no Twitter.

(Como) Se fosse preciso um certificado da evolução do Gelson, bastaria pegar no brilhante trabalho que deu origem ao segundo golo do Sporting-Vilaverdense. Ou então recuperar o golo que apontou em Paços de Ferreira, já agora.

O crescimento de Gelson está à vista de todos, mas estes dois lances, recentes, mostram que o talento leonino está a adquirir a mais importantes das velocidades: a rapidez de raciocínio.

O crescimento de Gelson está à vista de todos, mas estes dois lances, recentes, mostram que o talento leonino está a adquirir a mais importantes das velocidades: a rapidez de raciocínio.

Por norma devemos desconfiar de um jogador quando o elogio mais frequente é ser rápido. Se isto não vier complementado com algo mais, o benefício da dúvida é legítimo.

Se a velocidade não é uma alavanca para a qualidade técnica, de pouco serve. Se não conduz a uma boa capacidade de definição, então é uma rua sem saída. Pode dar nas vistas a dada altura, mas não leva a lado nenhum.

Por isso é normal ter dúvidas quando aparece um jogador como Gelson. Estranho será ignorar, ao fim de todo este tempo, que a velocidade não é trunfo único para o jogador do Sporting. E com o tempo vai tornar-se ainda mais relativa.

Gelson já é mais do que um extremo. Deixou de viver agarrado à linha, e com a ajuda de Jesus percebeu a importância de desequilibrar em zonas interiores. Até melhorou os índices de concretização, a ponto de já ter igualado o registo das duas épocas anteriores (sete golos), em metade dos jogos.

Mas o maior certificado da sua evolução é mesmo a velocidade com que agora interpreta o jogo.