«4x4x3» é um espaço de análise técnico-tática do jornalista Nuno Travassos. Siga-o no Twitter.

Se a melhor faceta da exibição do Benfica frente ao Man Utd foi a organização defensiva, dela sobressai um nome: Rúben Dias. Em noite de estreia na Liga dos Campeões, o central mostrou que, embora tenha apenas 20 anos, é por estes dias a opção mais sólida para o eixo defensivo.

Há um mês já ficava a ideia que Rúben Dias era o central mais sólido a construir jogo, mas agora isso já parece curto na comparação com os colegas de setor. Aliás, mantendo a segurança na construção, o defesa amadorense tem impressionado sobretudo pela assertividade nos comportamentos sem bola.

Uma análise detalhada ao encontro desta quarta-feira permite aferir isto mesmo: noventa minutos de uma combinação quase perfeita entre concentração, sentido posicional e leitura de jogo.

Tudo se resume numa palavra: postura. Rúben Dias não se limitou a estar sempre no sítio certo, esteve sempre preparado para o passe seguinte do adversário. E isso vê-se no detalhe, na forma como a posição do corpo (e dos pés, especialmente) antecipam a ação seguinte.

Perante esta exibição, a juntar a outras que já tinha feito antes, Rúben Dias merece jogar também já no domingo.

P.S. faz sentido que Mile Svilar mantenha a titularidade, neste caso já prometida por Rui Vitória. Os erros não têm idade, e o bilhete de idade não pode ser critério para a escolha. É sensato continuar a olhar para o belga como a melhor opção para a baliza, já não terá sido tão prudente anunciá-lo quatro dias antes, quando a mesma defesa não foi aplicada a Bruno Varela. A opção pode ser diferente, o discurso é que não.