Quando Carole, jovem lateral esquerdo francês, chegou ao Benfica, então com 20 anos, numa altura em que na Luz se suspirava por um jogador que pudesse resolver por muito, muito tempo os problemas do corredor, desde cedo se percebeu que o seu futuro estava comprometido. Até porque, bem vistas as coisas, não se estava em presença do tal craque.

Os números de encarnado, aliás, confirmaram-no: na primeira época (2010/11) só realizou seis jogos na equipa principal, para depois, após um empréstimo ao Sedan, alinhar em 39 partidas, mas na equipa B.

E lá por jogar atualmente no Galatasaray e ter estado na equipa que ontem infligiu o primeiro desaire na Champions aos homens de Rui Vitória, não deixa de ser um jogador… banal. Mas ainda esta altura ainda deve estar a rir-se pela pequena vingança, pois para lá do triunfo ainda esteve na jogada em que Samaris viu o amarelo que o afasta do reencontro a 3 de novembro.
Acredito que, com os dois jogos que ainda tem para realizar no seu ambiente, o Benfica seguirá em frente. Mas terão merecido Carole, Sneijder, Podolski, Muslera e companhia tirar aos encarnados a possibilidade de ficarem mais perto do apuramento, depois de praticamente terem entrado a ganhar, com mais uma diabrura de Gaitán?

O jogo teve duas caras e a do bicampeão nacional, no segundo tempo, bem merecia melhor eficácia. Sim, não me esqueço de que Júlio César voltou a estar a nível elevado, mas no mínimo um pontinho podia ter viajado para Lisboa.

Ficam adiadas, assim, as contas benfiquistas, ao passo que as portistas parecem mais clarificadas depois da indiscutível vitória frente a um conjunto israelita que apenas se limitou a defender, realidade que impediu o FC Porto de ser tão efetivo como frente ao Chelsea.

Ou seja: os portistas, como é norma nas grandes equipas, dão-se muito melhor com adversários de outros patamares. Com sete pontos já conquistados, parece-me que a equipa de Lopetegui tem tudo para seguir em frente, pois dispõe, no mínimo, de mais dois jogos para pontuar: em Israel, no arranque da segunda metade da prova milionária, e quando receber o Dínamo de Kiev. Bom: e se o Chelsea até lá não melhorar de produção, por que não acreditar na possibilidade de o grupo sair de Londres com pontos?

Da Champions para a Liga Europa estamos em presença de três jogos muito importantes para as três equipas lusas: vencendo o Marselha, o Sp Braga fica praticamente apurado; se quer continuar a sonhar com o apuramento, o Sporting está obrigado a derrotar o Sekenderbeu; também ao Belenenses, para ter uma réstia de esperança, só lhe serve vencer na Suíça o Basileia, tarefa muito complicada, mas nem por isso impossível.

PS: domingo é dia, finalmente, do tão desejado dérbi dentro das quatro linhas, jogo que não tem favoritos e no qual se deseja que as duas equipas joguem o melhor que sabem. Sem favoritos e sem se saber se as competições europeias vão deixar marcas, o que se deseja é que até às 17 horas de domingo não haja mais «bate-boca».