Embora já tenham passado quase dois anos, a presença da Seleção Nacional no Mundial do Brasil ainda continua viva. Pelo desempenho global, pelos resultados, por ter ditado posteriormente a saída da anterior equipa técnica, mas muito especialmente porque a maior figura da equipa, Cristiano Ronaldo, não estava, de todo, nas melhores condições físicas. Ora, quando estamos a pouco mais de um mês e meio do início do Euro-2016 e o craque está lesionado…

Em 2014, o problema mais grave do capitão português era no joelho esquerdo, uma tendinite mais ou menos crónica; agora, tem uma lesão muscular na coxa direita a que, valha a verdade, ainda falta conhecer a verdadeira extensão – a «Onda Cero», rádio espanhola, já disse que se trata de uma rotura muscular, mas o «AS» garante que será CR7 a decidir quando volta a jogar, e que até pode ser no segundo jogo com o City.

Há dois anos, estava em causa a presença do Real Madrid na final da Champions de Lisboa e o número 7 deu o seu contributo na decisão frente ao vizinho «colchonero», com os custos que depois se verificaram. De tal forma que o próprio disse, meses depois da presença no Brasil, que se soubesse o que iria acontecer… não tinha ido ao Mundial. Agora, bem vistas as coisas, Ronaldo está perante situação semelhante, pois o Real Madrid, após o desempenho de Londres, está a curto passo de nova final. E, a confirmar-se, CR7 não vai querer estar ausente.

A questão pertinente que se coloca é esta: sendo o Real Madrid o patrão de Ronaldo deve este, estando ou não a 100 por cento, jogar essa provável final, mesmo que isso lhe custe a presença no Europeu? Por muito que nos doa, não há volta a dar e devemos estar preparados para tudo. Estamos em presença do futebolista mais importante e determinante da Seleção lusa, pois tudo gira em seu torno, mas se eventualmente acontecer uma recidiva… É assim o futebol dos milhões e que depende das suas principais figuras.

Admito que estou a traçar o pior cenário, mas como já vi «filme» duas vezes – em 2002 aconteceu o mesmo com Luís Figo, que era, em termos de influência e classe, o CR7 da altura -, sou como o gato que está escaldado. É evidente que acredito que até lá tudo se irá resolver, pois faltam, grosso modo, 45 dias para o início do Europeu. Mas até prova em contrário, desculpem a insistência, tenho de estar preparado para tudo.

PS1 – Corre indefinida, como em outras Ligas bem mais poderosas, a decisão sobre o novo campeão nacional de futebol. Sendo certo que no respeitante a produtividade, a de Benfica e Sporting baixou consideravelmente (é enorme a pressão) estamos perante mais um fim-de-semana que pode trazer alguma clarificação. Ou não! Mesmo aceitando-se que a tarefa leonina é mais espinhosa, as respostas vindas de Alvalade, mesmo sem nota artística, têm sido muito firmes.

PS2 – Com o aproximar do final da temporada, as notícias de treinadores e futebolistas vitoriosos por essa Europa, para não ir mais longe, chegam-nos em catadupa. A última teve origem na Ucrânia, onde Miguel Veloso e Antunes foram mais uma vez campeões com as cores do Dínamo Kiev. Mas, por aquilo que se sabe, até domingo é bem provável que cheguem novas de mais conquistas, confirmando-se a qualidade da marca portuguesa.