A 12 jornadas do termo da Liga portuguesa esta continua a ser sistematicamente marcada por erros de arbitragem. São raros os jogos que escapam, situação que obriga a um profundo debate, mesmo que alguns clubes nele não estejam interessados. E é bom que dele saiam medidas de fundo e punitivas em definitivo por forma a evitar que esta indústria resvale no plano inclinado de que se aproxima.

Havendo, neste domingo, no Estádio do Dragão, mais um desafio capital para as contas do título, vale desde já a pena questionar se o alargamento por que passou a competição se justificava. Feitas as contas, não se fica com essa certeza.

Entendendo perfeitamente as dificuldades dos clubes, continuo a ter muitas dúvidas quanto à possibilidade de mais jogos gerarem mais receitas. Basta olhar para os estádios: exceção para o Sporting que, fruto das mensagens dos seus responsáveis, da presença de Nani (aproveito para saudar, também, o fantástico golo conseguido frente ao Gil Vicente) e da qualidade do seu jogo aumentou consideravelmente a presença de adeptos em Alvalade, na maioria… é o deserto. Tenho, por isso, muitas dúvidas de que o alargamento tenha sido o melhor para o principal escalão luso. Aliás, defendo há muito que uma reformulação do quadro competitivo, semelhante ao da Escócia por exemplo – menos equipas, mas mais jogos – poderia ser benéfica.

É verdade que há equipas merecedoras de destaque positivo. Casos do Belenenses (mais 17 pontos do que na época passada por esta altura), Paços de Ferreira (mais 14) e Sp. Braga (mais 13) - e não se podendo esquecer, mesmo que o seu futebol não mereça grandes notas, o trabalho do Boavista. No plano inverso está o Estoril, com menos 14 pontos, ou mesmo a Académica, com menos 10. Note-se que apenas as cinco primeiras equipas da tabela têm saldo positivo em golos e há, pasme-se, duas que estão a zeros: a equipa de Lito Vidigal (tem tudo para chegar longe, este jovem treinador) e o europeu Rio Ave.

É verdade que no resto da Europa a situação é muito parecida no que diz respeito ao equilíbrio. Neste particular, sobressaem Itália, com dez clubes com saldo positivo, Holanda e Rússia (9) e Inglaterra (8). Mas como sempre ouvi dizer que com o mal dos outros posso eu bem vale a pena insistir: terá sido o alargamento bom para o futebol português?

PS: Em cima do FC Porto-Sporting mais uma caldeirada para os lados de Alcochete, com Jefferson, muito longe do rendimento da época passada, a entrar em choque com Bruno de Carvalho e a ser relegado para o inferno. Num outro plano, os leões decidiram homenagear Pedro Proença. Aquele que fica para a história como o melhor árbitro português de sempre merece todas as homenagens, mas esta… Só se é por ter andado na universidade com Bruno de Carvalho.