A lesão de Jonas deixou o Benfica sem uma solução imediata para a posição de segundo avançado, o que, em teoria, terá custado os primeiros pontos na Liga.

Não sabemos se com Jonas teria sido diferente, mas conhecemos do passado recente o impacto que o brasileiro tem, aos 32 anos, no futebol dos encarnados.

Mais do que o empate frente a um Vitória de Setúbal bem estruturado, organizado e competente, houve uma exibição cinzenta e desgarrada que serve de alerta para a imediata deslocação à Choupana para defrontar o Nacional, na 3ª jornada, e com a perspetiva de recuperar parte do atraso face ao clássico de Alvalade. 

Rui Vitória tomou, até aqui, decisões técnicas coerentes com as ideias que apresentou até aqui, mas não funcionaram. Colocar Gonçalo Guedes nessa posição em Tondela e Pizzi na Luz não tiveram o efeito pretendido. Pizzi, demasiado perto dos defesas, perdeu tempo para pensar o jogo da equipa, embora antes tenha sido importante no equilíbrio defensivo na primeira jornada. Guedes teve um ou outro arranque na estreia, tal como Salvio agora.

Tudo somado, provou-se que não será bem por aí.

À terceira jornada, o Benfica não tem uma solução de caras para o lugar, que até poderá vir a ser de Rafa, caso de confirme a contratação. Ou resolvida com o adiantamento de André Horta – que tem mostrado competências sobretudo no plano ofensivo – e o reforço do miolo, com Samaris ou Danilo, por exemplo.

A aposta em Raúl Jiménez isolaria à partida o ataque do resto da equipa, embora acrescentasse poder na área para um futebol de novo mais direto. Há também, paralelamente, o peso do investimento no mexicano, que a certa altura terá de começar a pesar.

Os encarnados terão outras questões a resolver, como as fragilidades defensivas e a dificuldade a controlar os jogos, mas a mais imediata será essa: vestir o melhor possível a pele de Jonas.

A decisão de Rui Vitoria não será fácil.

É óbvio que isto está agora começar, e à luz do que aconteceu no ano passado e à qualidade do plantel às ordens de Vitória a gravidade dos dois pontos perdidos em casa à segunda jornada é relativa.

P.S. Inconcebível foi o discurso sobre a arbitragem no final do jogo da Luz. Tal como o foi no ano passado com outros atores. A equipa que mais erros cometeu esteve longe de ser a liderada por Manuel Oliveira. 

LUÍS MATEUS é o diretor do Maisfutebol e pode segui-lo no TWITTER. Além do espaço «Sobe e Desce», é ainda responsável pelas crónicas «Era Capaz de Viver na Bombonera» e «Não crucifiquem mais o Barbosa» e pela rubrica «Anatomia de um Jogo».