«4x4x3» é um espaço de análise técnico-tática do jornalista Nuno Travassos. Siga-o no Twitter.

A quarta jornada da Liga dos Campeões funcionou como mais um teste à coesão dos planos B de Rui Vitória, Jorge Jesus e Sérgio Conceição.

Se o 4x4x2 foi o ponto de partida com que Benfica, Sporting e FC Porto prepararam a temporada, nesta ronda europeia as três equipas voltaram a trocar um avançado por um terceiro médio. Sérgio Conceição fê-lo já com o jogo a decorrer, por força da lesão de Marega, mas isso só veio reforçar a ideia de que o FC Porto é, por estes dias, a equipa mais confortável nesta mutação tática. Ainda que tenha sido a única a trocar de treinador.

O dragão tem revelado duas faces ao longo da época, mas a identidade tem sido só uma. E ao conseguir esta mutação sem prescindir necessariamente de um avançado – com Marega a passar para a direita, mas sempre em aproximação a Aboubakar -, Sérgio Conceição facilita a adaptação e consegue que a equipa mantenha a capacidade atacante.

É aí que reside a (ligeira) diferença para o Sporting, de resto. O plano B de Jorge Jesus voltou a dar excelente resposta frente a uma das mais fortes equipas da Europa, sem que a formação leonina tenha abdicado do caudal ofensivo, mas no contexto interno este 4x3x3 (ou 4x2x3x1) já pareceu curto em algumas ocasiões. O que remete, de resto, para a importância de Podence nos últimos jogos.

Não quer isto dizer que o plano B do Sporting esteja pouco oleado. Longe disso, até pela capacidade de Bruno Fernandes em assumir papéis diferentes. Mas parecem existir ainda algumas arestas por limar, o que é normal, tratando-se de uma abordagem alternativa.

Mais longo parece o caminho do Benfica. Rui Vitória recuperou o 4x3x3 para a dupla jornada com o Manchester United, mas as ilações positivas estão centradas sobretudo na coesão defensiva.

No que ao plano ofensivo diz respeito, esta mudança parece acentuar as limitações que a equipa tem mostrado esta época, e para isso (muito) contribui também a opção de deixar de fora o melhor jogador da equipa (e da Liga). Jonas jamais pode ser um problema.