«4x4x3» é um espaço de análise técnico-tática do jornalista Nuno Travassos. Siga-o no Twitter.

O arranque da Liga dos Campeões não foi propriamente feliz para as equipas portuguesas, com um empate e uma derrota no duplo confronto com adversários germânicos, mas isso não quer dizer que o talento português não tenha saído valorizado da primeira ronda da prova.

E nem o impacto mediático da (injusta) expulsão de Cristiano Ronaldo deve minimizar os sinais positivos, em particular na quarta-feira. A começar pelo próprio duelo entre Valência e Juventus e pela fantástica exibição de João Cancelo no regresso ao Mestalla.

O lateral da «vecchia signora» está em fase de afirmação também na Seleção, mas a concorrência continua a aumentar. Basta ver a exibição assinada por Diogo Dalot na estreia pelo Manchester United, com apenas 19 anos. Logo na Liga dos Campeões, e depois de uma lesão. Se a admiração de José Mourinho já seria expectável (caso contrário não o teria contratado), registem-se os elogios provenientes até de quem conhece o peso daquela camisola.

Renato Sanches também aproveitou o regresso à Luz para dar um passo importante rumo à sua afirmação. Não só pelo golo marcado - com pedido de perdão aceite em forma de ovação – mas também por uma performance que fez lembrar a fase da explosão.

Já num patamar diferente está Bernardo Silva. O Manchester City até estabeleceu um recorde negativo com mais uma derrota europeia, mas o português voltou a justificar os elogios repetidos do treinador. «Encontre alguém que fale de você como Guardiola fala de Bernardo Silva», lê-se nas redes sociais.

No dia em que Cristiano Ronaldo viu-se impossibilitado de brilhar, outros talentos portugueses deram nas vistas. Um pouco à imagem do que já tinha acontecido nos últimos jogos da Seleção, sem a presença do capitão. Não para mostrar que devemos olhar menos para Ronaldo, mas para nos convencer de que vale a pena ver mais além.