Antes

Como é comum com Jorge Jesus houve a tentativa de bluff. A parte boa é que os adeptos já não vão nisso e as equipas adversárias também não. Gelson e Adrien apareceram no jogo e apareceram muito bem! Rui Vitória a aparecer com Rafa para dar ainda mais um enfoque àquilo que poderia causar alguma dúvida, o Benfica ia para jogo não para ver o que ia dar o dérbi mas sim para vencer desde dos primeiros minutos.

Considerando o peso das duas equipas e do jogo, não creio que existisse alguma coisa que fosse mais importante que vencer e culminar uma semana menos boa para as duas formações, com mais impacto no Sporting com a saída das competições europeias. Felizmente os dois treinadores tiveram sempre um enfoque naquilo que era o jogo e não naquilo que infelizmente não satisfaz os adeptos. Não existiu aquilo que se considera em «empréstimos» tentativas de mindgames.

Jogo

Ao contrário da época passada, um Benfica mais determinado, mas um Sporting com mais posse de bola perto da área. E aqui não há volta a dar, Jorge Jesus dá e cria mais dinâmica competitiva nas provas internas do que numa prova como a Liga dos Campeões. Se isto confunde ou não os atletas, somente estes poderão responder.

Do jogo destacaria alguns pontos naquilo que foram os pilares da força ou fraqueza mental das equipas e dos treinadores. Duas equipas muito concentradas e com uma dedicação fantástica. Excelente trabalho dos técnicos. Durante a partida destacaria alguns momentos: entrada de Danilo muito cedo em jogo poderá ter criado a ideia à própria equipa que ia defender e isso levou claramente a que o Benfica se perdesse durante algum tempo.

Jorge Jesus ao contrário do que costuma, mexe muito mal na equipa com a entrada do Alan Ruiz e ainda pior, a saída do avançado holandês Dost quando faltavam dez minutos para o jogo terminar. Se conseguiria aguentar mais dez minutos ou não, somente a equipa técnica do Sporting saberá. Mas que de fora não se entende…não se entende mesmo.

Um Benfica partido e cansado nos últimos minutos, mas curiosamente, após a saída do avançado holandês do Sporting, foi o Benfica a ter mais oportunidades em transições rápidas. Dá vontade de dizer que das cinco entradas em campo (Samaris não conta considerando o tempo de jogo) apenas o Campbell e Cervi (mais o costarriquenho) alteraram a dinâmica do jogo. O que podem ser sinais interessantes.

Pós-jogo

Naturalmente existiriam sempre queixas. E claramente seriam de quem perdeu. O que podemos reter é isto: o Benfica no pior momento da época até agora afasta-se novamente do adversário. O Sporting na mesma semana sai das competições europeias e fica em terceiro lugar, sabendo que ainda há mais de metade da Liga para jogar. E a sensação que deu é esta: Benfica desgastou-se muito, Sporting de Jorge Jesus vive e trabalha bem para estes jogos (é uma pena não ter visto isto a meio da semana para os lados da Polónia) e Jorge Jesus não pode centrar uma conferência a considerar que a sua equipa fez tudo bem. João Pereira aparece com grandes responsabilidades nos dois golos e Rui Patrício é desvalorizado pela defesa que faz a remate do mexicano Jimenez isolado. Rui Vitória tentou desvalorizar a melhor exibição do Sporting e focou-se naquilo que é a distância pontual.

Vem aí uma Taça de Portugal e a introdução do jogo antecipado do FC Porto-Marítimo pode criar aqui a sensação de um Sporting ainda mais longe dos dois adversários. E isto, para quem comunica mais «visualmente», faz mossa!