O Benfica tem feito pela vida.
Soma
sete triunfos consecutivos entre todas as competições, desde o empate na Madeira frente ao União, o tal jogo que foi adiado devido ao nevoeiro.
Na Liga, passou em Guimarães, na Choupana e na Amoreira, e aproveitou os sucessivos deslizes do Sporting para encurtar distâncias para dois pontos. Aproveitou também a crise no Dragão para chegar ao segundo lugar, também importante nas contas pelo acesso direto à Liga dos Campeões.
Sobreviveu às lesões de Gaitán, Luisão e Nélson Semedo, que recupera agora.
Além da constante falta que Salvio faz, e que ainda deve perdurar.
Não tem empolgado com as exibições, mas apresenta o melhor ataque da Liga e a segunda melhor defesa – mais um golo sofrido do que Sporting e FC Porto –, e
parece ter estancado a maior parte das falhas que cometia no início da temporada.
O
grupo parece unido num objetivo comum. E até Jesus terá ajudado a isso nas polémicas com Rui Vitória.
A pergunta que quase todos fazem é: será suficiente para o tricampeonato?
Aproximam-se jogos decisivos. Depois da receção ao Arouca, vêm Moreira de Cónegos e Restelo, antes da visita do FC Porto. Depois, três jornadas depois, o dérbi em Alvalade.
Reformulando, aproxima-se talvez
a fase mais importante do campeonato do Benfica. Rui Vitória terá mais uma oportunidade, a decisiva, contra Jesus, mas será preciso chegar lá
vivo. E, depois, há ainda que sair de Alvalade
inteiro para manter a pressão sobre os rivais e beneficiar eventualmente do outro clássico, entre FC Porto e Sporting.
O que se pode extrair deste Benfica é que tem ideias mais definidas. No meio-campo, a dupla é aquela para o bem ou para o mal. Fejsa mais recuado, Renato para levar a bola, Pizzi como interior ou falso extremo para ajudar nos equilíbrios e criar desequilíbrios. Gaitán recuperará o lugar a Carcela. Mitroglou e Raúl são diferentes o suficiente para poderem ser geridos, embora o grego tenha a objetividade e presença na área a seu favor.
As dúvidas estão na defesa. A maior chegará com Luisão, pelo que Lisandro tem feito. Nélson Semedo, quando estiver bem, emprestará ao flanco mais dinâmica do que André Almeida (apesar do esforço do lateral) e esta será bem-vinda face ao novo papel de Pizzi. O mal-amado Eliseu resistirá a Grimaldo?
O Benfica que enfrenta já a segunda metade da época está mais definido do que o que perdeu três vezes com o Sporting e uma com o FC Porto. É, em teoria, uma vantagem.
Colocou-se também nos últimos tempos a depender de si próprio. Terá em breve a sua oportunidade.
LUÍS MATEUS é subdiretor do Maisfutebol e pode segui-lo no TWITTER. Além do espaço «Sobe e Desce», é ainda responsável pelas crónicas «Era Capaz de Viver na Bombonera» e «Não crucifiquem mais o Barbosa» e pela rubrica «Anatomia de um Jogo».
Opinião
21 jan 2016, 14:40
O Benfica terá a sua oportunidade
Rui Vitória conseguiu definir melhor a sua equipa, que enfrenta agora um ciclo muito importante.
Rui Vitória conseguiu definir melhor a sua equipa, que enfrenta agora um ciclo muito importante.
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