Tirambaço: substantivo masculino; Chute violento em direção ao gol. 

Há seis jogos que o Benfica perde na Liga dos Campeões. Nessa meia dúzia de jogos, sofreu 16 golos. Marcou um. Esta é a série em curso.

Esta época são cinco derrotas. 12 golos sofridos e aquele marcado. Por Seferovic, no primeiro jogo desta edição.

Para tornar os números ainda mais absurdos, dois autogolos (o golo do United na Luz foi atribuído a Rashford pela UEFA). E o quebrar de um ciclo tão absurdo como certo: o Benfica foi a primeira equipa a não marcar um golo a Akinfeev nos últimos 44 jogos que ele fez na Champions. Akinfeev esteve 11 anos seguidos a sofrer golos na prova. Só por aqui já se pode medir esta águia.

Três guarda-redes, duas táticas e o mesmo resultado: zero.

José Mourinho disse que o Benfica era melhor do que CSKA e Basileia. Num só jogo, qualquer equipa pode vencer outra e a lógica inverter-se. Em cinco jogos, porém, a única lógica invertida foi a do treinador do United.

Até que chega o argumento de que não se pode olhar apenas ao resultado, ou aos números. Olhe-se as exibições: ficam-se pela razoabilidade até ao 1-0 com os russos na Luz e por um jogo também razoável em Old Trafford.

De resto, foi mau. Em campo e no negócio dos resultados, que é onde o Benfica está. Tão maus foram estes que conseguem bater a época de Quique Flores. Se 2008/09 era incrível, 2017/18 é inacreditável.

A Champions mede uma equipa. E separa os homens dos rapazes. O FC Porto, no Dragão, costuma fazer o mesmo.

O Benfica tem até 1 de dezembro, e um Vitória de Setúbal pelo meio, para resolver o que ainda só conseguiu disfarçar com algumas das equipas do campeonato nacional. Mas se acha que vai ao Porto jogar um jogo de Liga, está muito enganado. 

O Tirambaço é um espaço de opinião do jornalista Luís Pedro Ferreira. Pode segui-lo no Twitter