Lionel Messi.

Deixem-no ali, no topo, no lugar dele. Esqueçam-no, imaginem que não existe.

América do Norte, 2007.

José Couceiro com 21 futebolistas.

Leva um guarda-redes campeão europeu por Portugal e um outro pela lateral-esquerda do Real Madrid. O técnico não o sabe. Nem eles ainda o são.

Leva Zezinando, Paulo Renato e Feliciano Condesso. Bruno Pereirinha, Bruno Gama, Nuno Coelho ou Zequinha.

Já o Japão leva um tal Shinji Kagawa.

A Polónia um guarda-redes chamado Szczęsny e o Canadá tem outro de nome Begovic.

Espanhóis: Adrian Lopez, Alberto Bueno, Mario Suárez, Piqué, Granero, Javi Garcia, Juan Mata.

O México tem Giovani dos Santos, Carlos Vela e Javier Chicharito Hernández.

Os EUA Jozy Altidore, Michael Bradley e a mais espantosa das estrelas cadentes: Freddy Adu.

O Brasil, claro, nunca esquecer o Brasil: Alexandre Pato, Luiz Adriano, Renato Augusto, Marcelo, Willian, David Luiz e Leandro Lima que não tinha o direito de lá estar.

E o Chile? Arturo Vidal, Gary Medel, Mauricio Isla e Alexis Sanchez.

Agora o Uruguai: Edinson Cavani e Luis Suárez. Martin Cáceres também.

Atenção que entra a Argentina em campo!

Sergio Romero, Gabriel Mercado, Federico Fazio, Emiliano Insúa.

O-novo-Fernando-Gago-que-até-já-é-o-novo-Fernando-Redondo: Ever-Banega. Pablo Piatti e…  

…Sergio Kun Aguero….

América do Sul, 2007, tempos antes.

Riquelme, Pablo Aimar, Lucho Gonzalez, Javier Zanetti, Carlitos Tevez.

E apenas para treinar na preparação para a Copa América na Venezuela:

«Alfio Basile pôs um miúdo. (…) Vinha com todas as dificuldades físicas que pode ter um rapaz de 19 anos, mas via-se logo que era diferente, um jogadorzaço.», Hernan Crespo, in Mundo Deportivo

Península Ibérica, 2007, ao mesmo tempo.

Fernando Santos, treinador do Benfica: «Perder Simão Sabrosa seria um pesadelo».

O 20, capitão, sai mesmo.

Iliev, Jordão, Hugo Leal, Maniche, antes de Sabrosa.

Nico Gaitán e Gonçalo Guedes depois.

O Grande Octágono, 2017.

Praticamente nove anos e meio passados, em França: Verratti, Cavani, Matuidi, Rabiot, Pastore e Lucas.

Piqué, Busquets, Iniesta, Luis Suárez, Neymar.

Desde o início do texto e no Parque dos Príncipes também, Messi esquecido..

Futuro...

Não se esqueçam é de quem iluminou Paris pelo menos por uma noite. Nem se esqueçam do escolhido por Basile para treinar com a constelação argentina, aos 19 anos.

Não se esqueçam de quem caminha ao lado de Piqué, Luis Suárez, Edinson Cavani ou Aguero: todos eles emergentes do Mundial sub-20 de 2007, no Canadá, um dos que deu mais estrelas ao futebol mundial.

Não se esqueçam de Simão, mas lembrem-se de Di María.

Que foi memorável numa das noites mais memoráveis do Parc.

Que foi campeão europeu em Lisboa pelo Real Madrid. Que «caiu» no Manchester United e reergeu-se em Paris.

Que foi o melhor 20 da Luz.

Que esse número que Simão tornou pesado, o argentino sublinha de cada vez que brilha numa carreira de nível altíssimo.  

Lembrem-se que lhe chamam Fideo.

Que passa entre os pingos da chuva sem se molhar.

Que teve de lutar em campo enquanto a filha lutou pela vida.

Que nos últimos anos, na Argentina - a que esteve mais próxima do Mundial desde a era Maradona - não há ninguém acima dele!

E não se esqueça de voltar ao topo do texto, se ainda tiver dúvidas.