Terminada a primeira volta da Liga bem se pode dizer que quem gosta de futebol não resiste a escolher a sua equipa ideal. Há quem a escolha com base nas pontuações das mais variadas publicações da especialidade. Mas há outros, como eu, que gostam de se armar em selecionadores e apostar no seu onze.

É evidente que a base é comum a muitas das equipas eleitas, pois integram os melhores futebolistas da prova, mas há sempre um toque pessoal. Nesse sentido espero que se entendam as minhas escolhas, alargadas, igualmente, ao melhor futebolista dos primeiros 17 jogos e ao técnico.

Começando até por aqui, poucas dúvidas: o treinador só podia ser Jorge Jesus. Mind games à parte, o técnico do Sporting conseguiu rapidamente que a equipa assimilasse as suas ideias, que os jogadores estejam disponíveis ao máximo pelo seu ideal, e que toda a gente, mesmo os menos utilizados, perceba que só assim se pode ser campeão. Paralelamente, como tem sido bem evidenciado, seja com estas ou aquelas escolhas, os leões têm uma doutrina bem definida e será isso que lhes permite chegar ao início do segundo turno com quatro pontos de vantagem sobre a concorrência. Se será suficiente para garantir o título mais tarde se perceberá, mas, em boa verdade, a vantagem é preciosa.

Relativamente ao futebolista, a minha escolha recai em João Mário. Sendo verdade que já no campeonato passado tinha sido pedra basilar na equipa estruturada por Marco Silva, participando em 30 dos 34 jogos da Liga - 23 a titular - na presente Liga a sua polivalência tem sido determinante, possibilitando ao treinador múltiplas soluções, particularmente quando as coisas não são favoráveis à equipa. Faltar-lhe-á mais confiança no disparar à baliza, ele que até tem remate potente, mas nas outras vertentes, em meu entender, estamos em presença de um futebolista fantástico. É verdade que o mais fácil teria sido eleger Jonas ou Slimani como os melhores, mas considerando a importância dos criativos…

Bom, vamos lá então à minha equipa, assente num 4x3x3, a minha tática preferida:
Rui Patrício – ser o menos batido da Liga (9 golos) seria suficiente, mas o titular da Seleção tem sido determinante naqueles jogos em que a bola só vai duas ou três vezes à sua baliza…
Maxi Pereira – joga o mesmo futebol poderoso, físico e ofensivo no FC Porto que sempre lhe conhecemos no Benfica. Logo, aposta ganha.
Paulo Oliveira – as alterações no centro da defesa leonina têm acontecido amiúde, mas o famalicense tem-se mostrado imprescindível. É notório o seu crescimento fruto do trabalho específico da equipa técnica.
Lisandro – a outra alternativa para a posição era Jardel, mas tem-se confirmado o enorme potencial do argentino. Fica até a ideia de que Rui Vitória vai ter uma boa dor de cabeça quando voltar Luisão.
Layún – o defesa esquerdo portista é quem tem mais assistências na Liga, oito, mas o seu futebol é mais do que isso. Se foi Lopetegui a indicar a sua contratação… estamos agradecidos.
Adrien – vive, seguramente, a melhor fase da sua carreira. Tem sido espetacular o trabalho do capitão leonino, verdadeiro motor e alma da crença sportinguista, jogando e fazendo jogar.
João Mário – por aquilo que dele já escrevemos, não há mais nada a dizer. A não ser que está ali mais uma pérola made-in Alvalade.
Gaitán – as lesões têm condicionado a uniformidade do seu rendimento, mas na Liga lusa não há ninguém parecido com ele, quanto mais igual. Será fundamental no Benfica da segunda volta.
Jonas – dele se diz que nos jogos grandes passa um pouco ao lado. É verdade. Mas quem já soma 18 golos e lidera a Bota de Ouro merece que se lhe dê crédito. A dúvida é saber se vai manter o ritmo. Mantendo…
Slimani – o outro grande goleador da prova apresenta soluções diferentes do brasileiro, particularmente no jogo aéreo, mas tem sido notável o seu crescimento sob o comando de JJ.
Bruno Moreira – ter 11 golos com a camisola do Paços de Ferreira é obra. E se levarmos em conta que os outros goleadores são Suk, Bonatini ou Aboubakar… total direito a integrar a minha equipa.

Muita gente concordará, outros nem por isso, mas tendo em conta que existe qualquer coisa de treinador em quem gosta de futebol, espero que os leitores entendam esta escolha sem quaisquer reservas…

PS1Marco Silva viu gorada a possibilidade de poder ser no imediato treinador do FC Porto, por força do extraordinário trabalho que tem feito no Olympiakos. Sim, eu sei que toda a gente diz que é fácil ganhar na Grécia, mas já muitos outros excelentes treinadores por lá passaram e nada conquistaram… Fica adiado, para já, o seu regresso. Mas o homem que levou o Sporting a conquistar a Taça de Portugal está «condenado» a regressar pela porta grande.

PS2Como se previa, Messi conquistou a Bola de Ouro. Quanto a isso, como previ e reconheci, nada a dizer, pois a sua época foi fantástica. Mas não deixei de lhe achar piada por ter dito que viu Ronaldo dois anos consecutivos a conquistar o troféu. Ronaldo que, mesmo ficando em segundo lugar, foi vitoriado em Zurique como grande figura que continua a ser, sempre candidato à próxima Bola de Ouro.