África do Sul: país fantástico, terra dessa figura emérita como foi Nelson Mandela, «madiba» para os milhões que o adoravam por todo o Mundo; Cidade do Cabo: uma das mais belas cidades que tive a felicidade de conhecer, estavam os sul-africanos a enterrar o «apartheid». É na Cidade do Cabo que pelo meio e como outras grandes cidades recebeu grande edição do Campeonato Mundial de futebol, já lá vão cinco anos, que o novo Sporting se mostra, finalmente, a associados, adeptos, adversários e todos aqueles que estão na expectativa de ver em ação a nova equipa liderada por Jorge Jesus.

O anfitrião do pontapé de saída dos leões é o Ajax de Cape Town, quinto classificado da derradeira edição da Liga do País – ficou a 15 pontos do campeão Kaizer Chiefs -, equipa liderada por um luso-moçambicano-sul africano - Rogério de Sá no BI, Roger onde é treinador, filho de um antigo guarda-redes sportinguista, Octávio de Sá. O resultado até é capaz de não interessar grande coisa, mas é importante que se veja em atividade o esboço do leão que vai ter um agosto, como o tempo, escaldante.

De repente, por força dos reforços conseguidos (tudo indica, devido à morosa lesão de William Carvalho, que está para chegar mais gente) e da capacidade de trabalho do novo técnico – não estando em causa os dois antecessores, JJ já é nome feito a nível mundial – não há motivos para se duvidar da mensagem divulgada pelo treinador no dia da sua apresentação: «Esta época haverá três candidatos ao título!»

O desfecho do jogo desta sexta-feira até pode nem contar para nada, pois importa perceber o desenho tático, a entrega dos futebolistas – por ser diminuta em alguns já ficaram pelo caminho… -, a integração dos reforços, a capacidade de trabalho de uma equipa com novo timoneiro, mas aquilo que a legião leonina pretende perceber é se realmente, e em definitivo, o Sporting vai lutar pelo título.

Sim, o resultado deste primeiro jogo mais a sério certamente não dirá nada, mas quem vive o Sporting intensamente quer ficar com a certeza de que desta vez o clube acertou em cheio com as mudanças: de treinador e de vários jogadores. Depois, quando os resultados contarem… é esperar pela Supertaça frente ao eterno rival.
 
PS: O jogo do Benfica no Canadá teve duas caras e porque a forma de jogar foi igualzinha à de tantos outros jogos do passado… o melhor é esperar pelos que se seguem; já o FC Porto, que está a construir uma nova equipa, pareceu-me um pouco mais de acordo com a filosofia do técnico que se manteve. Só mais uma coisa: a maioria dos clubes quer o sorteio dos árbitros, mas corre por aí o rumor de que as associações vão votar contra? É o futebol português no seu melhor. Melhor: pode ser o regresso de nova ditadura.