A figura do futebol português mais badalada neste final de época é, indiscutivelmente, o (ainda?) treinador do Benfica, Jorge Jesus. As razões são imensas para que as notícias em seu redor nos entram em casa quotidianamente: acabou de tornar-se campeão nacional, aliás bicampeão, tornando-se no primeiro português a consegui-lo na Luz. É o seu terceiro título da mais importante prova em seis anos de encarnado, aos quais junta, para já, mais cinco conquistas, podendo chegar às 10 e ultrapassar Otto Glória, se a 29 vencer a sua prova «preferida», a Taça da Liga. Porém, o mais importante - para lá de muitas outras coisas em que é reconhecido pela maioria do universo encarnado, seja a valorização de jogadores, a troca de piropos com Julen Lopetegui ou a identificação com Luís Filipe Vieira – é JJ estar em final de contrato. E com isso…

Embora haja gente bem posicionada que duvida dessa possibilidade acredito que o treinador pode perfeitamente prosseguir carreira no estrangeiro, como deixa entender uma notícia desta quarta-feira do diário «Record». Tratando-se de Jorge Mendes a conduzir um eventual processo é de crer que sim, que Jorge Jesus, desde que para aí virado, tem a grande chance de confirmar lá fora o fantástico que já conseguiu cá dentro.

Só que, como refere «A Bola», também nesse dia, em Portugal há quem deseje ver o treinador com outras cores, concretamente o Sporting. O sonho não é novo, realmente, mas agora que está mais do que traçado o futuro de Marco Silva, BdC tenta a sua sorte. Sem colocar em causa os méritos de Jesus, que são imensos, acho que voltar à estaca zero é mais um tiro no pé dos leões, mas o destino do ex-estorilista, quase que exclusivamente por força do seu caráter, ficou traçado no Natal passado. Mas será uma boa jogada, com todo o respeito, trocar a Luz por Alvalade? O Sporting não perde nada em tentar, mas…

E no meio disto tudo, qual é o papel do Benfica, quando aparentemente já deixou entender que o treinador do futuro é Jorge Jesus? Percebo que Luís Filipe Vieira queira baixar os custos, porque o futebol entre nós está pela hora da morte e não se pode falar constantemente de milhões num país que sobrevive com tostões. Mas também entendo o treinador quando se sente desprestigiado perante a possibilidade de ter de baixar o salário.

Assim sendo, em que ficamos? Não restando dúvidas de que Jorge Jesus é o mais desejado do momento (o FC Porto desta vez nem precisa de se mexer, pois é ponto assente a continuidade de Julen Lopetegui, com Pinto da Costa a ir até ao limite com a sua aposta de risco), mesmo assim, até prova em contrário, sabe-se lá com que artifícios financeiros pelo meio, continuo a achar que o bicampeão continuará vestido de encarnado. E é só um «feeling». Nada mais do que isso…

PS1: André Villas-Boas e Paulo Sousa confirmaram no domingo os anunciados títulos na Rússia e Suíça, respetivamente. Já o infeliz Toni não conseguiu fazer o mesmo no Irão. E bem merecia, pois um Homem assim também merece ter sorte.

PS2: Desejo, do fundo do coração, que os incidentes de Guimarães e do Marquês de Pombal não passem impunes. Que os prevaricadores sejam banidos do futebol é o mínimo que se exige, porque quem gosta de futebol deve continuar a gostar de o acompanhar… ao vivo.