A Liga está de volta, aproximam-se as competições europeias, em estreia para Benfica, FC Porto e Sp. Braga, com Sporting e Belenenses a integrarem o forte contingente luso – estão garantidos seis jogos para qualquer uma das equipas, mas apenas as duas primeiras participarão na milionária Champions , mas ainda é tempo de Seleções. Da equipa principal, cada vez mais perto da fase final do Europeu francês, e da nova fornada de sub-21, que iniciou um percurso que se deseja ver terminado somente na Polónia, em 2017.

Apaixonado que sou pelas nossas Seleções, seja em que categoria e modalidade for, muitas vezes dando por mim a misturar a emoção com a razão, sempre acreditei no apuramento do selecionado principal para o França-2016. Com dificuldade, porque o virtuosismo não é o mesmo do período áureo de Figo, Rui Costa, Pauleta, Jorge Costa, Maniche e companhia, mas também por algum cinzentismo exibicional, embora do nosso lado jogue aquele que para mim será sempre o melhor jogador de sempre: Cristiano Ronaldo.

O último desempenho de Portugal na Albânia teve períodos em que, mesmo aqueles que olham para o jogo de forma lúdica, deixou muitos de nós de cabelos em pé tão fraca foi a exibição. O meu particular bom amigo André Pipa escrevia na edição de ontem do jornal A BOLA que quando comparado com a Holanda, Portugal está muito bem. Só que tal como eu, o André está deste lado da barricada e exige melhor jogo, mais qualidade individual e coletiva e ambos somos contra desculpas esfarrapadas.

A minha esperança é a de que Fernando Santos, que prometeu no primeiro dia de campanha que seria resultadista, nos livre desse mal na fase final do Europeu. Sim, a Albânia tem o seu valor, cresceu, por mérito é candidata ao apuramento, mas nem o selecionador me convence de que Portugal não tem condições de jogar melhor. Tem e basta que o meu bom amigo engenheiro também faça a sua autocrítica de vez em quando e que não veja nisso qualquer falta de respeito da nossa parte. Conseguirá ele explicar-me, agora que voltou a ganhar em cima do expirar do jogo, por que raio roubou à contenda o virtuosismo de Bernardo Silva para manter a falta de clarividência, por exemplo, de Danny?

São questões como estas, que depois os treinadores rebatem com o sempre estafado chavão do plano de jogo, que me levam a pensar que não será tão cedo (apesar de ter sido feita alguma coisa nesse sentido, mas mal feito fora tendo em conta a veterania de algumas figuras) que veremos muitos dos jovens que Rui Jorge ajudou a crescer nos sub-21 serem preponderantes na formação principal. Sim há Danilo, João Mário, o já citado Bernardo Silva – hoje por hoje grande figura do nosso futebol e que melhor será quanto maior for o próximo emblema , mas aposto que no próximo jogo lá estarão João Moutinho, o «jovem» Tiago e posteriormente, porque será o único indiscutível, William Carvalho.

É evidente, mesmo reconhecendo-se que escasseiam soluções na zona de tiro (Éder nunca há de ser solução quanto mais A SOLUÇÃO), ainda que andem lá por fora Orlando Sá, Marco Matias, Lucas João ou os irmãos Paixão, que sejam André Silva (dava jeito os portistas colaborarem…) ou mesmo Gonçalo Paciência os líderes do ataque no Euro francês, mas que o futuro é deles, sem dúvida. Até mais do primeiro, porque ao contrário do que se possa pensar tenho para mim que não é na Académica que o filho de Domingos vai dar os tão desejados passos em frente.

Não será, pois, até pelo conservadorismo do selecionador nos palcos de França, que veremos estes dois goleadores, ambos made in-FC Porto (ali trabalha-se a sério nesta vertente), mas será um crime de lesa futebol se isso não acontecer na campanha para o Mundial russo. O futuro tem ser presente e o futuro casa na perfeição, no presente, melhor com André Silva.

PS: sim, sei que sou cético, e apesar de todas as juras de amor de Carrillo continuo a achar que o peruano não vai renovar com o Sporting. Tudo porque essa decisão não depende exclusivamente dele. A não ser que mande passear os empresários. Por isso, também, mantenho a curiosidade em saber qual será a decisão de Bruno de Carvalho, e posteriormente de Jorge Jesus, quando o líder leonino tiver a certeza de que o jogador não vai renovar. Coisa que, volto a repetir, só poderá acontecer se estiver de bem com o leão e mandar passear Cazareto e seus pares.