Benfica e FC Porto têm grandes plantéis. Em extensão e qualidade, mesmo depois da saída de Enzo Pérez, na Luz, e do empréstimo de Brahimi à seleção da Argélia. Recursos não lhes faltam, mas como o futebol, felizmente, não é matemática, quando a bola bate na trave… é igual para todos. Por muito mais fortes que sejam e por mais oportunidades que tenham, quando a bola não entra não há nada a fazer. Foi tão só isso que se passou no Funchal e na Mata Real: FC Porto e Benfica, cada um à sua medida, foram mais fortes e tiveram mais oportunidades de golo do que os adversários, mas quem riu no final foram Marítimo e Paços de Ferreira.

A última vez que os dois tubarões tinham perdido na mesma ronda já datava de 2004/05 e, tal como nessa época, o grande beneficiado voltou a ser o Sporting. Aliás, os leões não só ganharam pontos aos seus rivais, mas também a parceiros que estão sempre à espreita de uma escorregadela daquele que é visto como o menos grande dos grandes, concretamente V. Guimarães (surpreendido em casa pelo moribundo Gil Vicente) e SC Braga, mais um a cair no sintético do Bessa.

E assim, num repente, porque deste domingo a oito dias recebe o Benfica – atenção que a deslocação a Arouca é capital, mais do que seria previsível, pois o leão vai apresentar-se debilitado à esquerda por força das ausências de Nani e Jefferson -, a equipa de Marco Silva volta a entrar na equação.

Sejamos francos: as possibilidades dos leões são reduzidas, pois os seus recursos são menores mas a juba eriçou-se nas últimas horas, e justificadamente, pois o que domina o futebol, para lá daquelas coisas feias que todos conhecemos, é ser-se eficiente. E se João Mário foi mais do que Lima e Martins Indi, porque não sonhar-se em Alvalade que o filme pode ter repetição? Para já, doa a quem doer, ninguém pode olhar para o Sporting com a indiferença e até arrogância do início do ano. De quem estava acabado…

PS: Luís Figo decidiu candidatar-se à liderança da FIFA. Vou esperar para ver, mas de uma coisa tenho a certeza: tem de estar muito seguro do passo que deu, pois ao longo da sua carreira sempre jogou para vencer. Porém, como o antigo internacional português muito bem deve saber se há momentos em que a bola não conta é quando mete a FIFA de permeio.