José Mourinho reequilibrou-se e reequilibrou o Manchester United, que conquistou este domingo o segundo troféu, a Taça da Liga, após a Charity Shield arrebatada frente ao campeão Leicester.

Depois de uma fase negativa logo no início da temporada, a quebrar um arranque promissor de três triunfos consecutivos, e de uma goleada humilhante frente ao Chelsea de Antonio Conte (4-0), os Red Devils são hoje uma das equipas mais competitivas da Premier League e da Europa.

Sete vitórias nos últimos oito jogos sublinham o bom momento, embora a conquista do campeonato seja mais uma vez em Old Trafford uma miragem. Quinze pontos, embora menos um jogo, e sobretudo as cinco equipas que tem à frente colocam o United a aspirar no máximo a um lugar na Liga dos Campeões. A dois pontos está o Arsenal, a quatro o Manchester City, precisamente o adversário do passado fim de semana, não fosse o encontro ter sido adiado devido à final de Wembley.

No entanto, já com dois troféus, Mou tem mais a conquistar. A nível interno, um embate com o Chelsea nos quartos de final da Taça de Inglaterra poderá não só servir de vingança a Mourinho perante a sua ex, mas também reforçar o estatuto do Manchester United como principal favorito à conquista do troféu.

Depois, há a Liga Europa, em que o gigante britânico terá certamente de assumir credenciais, numa altura em que se vão começar a disputar os oitavos de final.

O bom momento do conjunto não pode ser alheio a uma aposta mais frequente em jogadores de técnica mais apurada, como Herrera, Mata e principalmente Mkhitaryan – o arménio chegou a candidatar-se a flop do ano, mas renasceu bem a tempo –, bem como a recuperação de jogadores importantes na linha defensiva como Smalling e Bailly. No topo disto, claro, um Ibrahimovic ainda esfomeado, a marcar muitos golos como de costume.

Os próximos desafios serão fundamentais na construção de uma grande segunda metade de temporada para o United.

Por cá, Benfica e FC Porto continuam o braço de ferro (e mesmo o Sporting não parece disposto a deixar aumentar a diferença para os dois da frente). Nos encarnados, Mitroglou apresenta-se em grande momento, com cinco jogos consecutivos a marcar. Foram sete os golos, um deles eventualmente com maior importância do que os outros: o de Braga, que valeu três pontos que pareciam estar a escapar-se..

O mesmo acontece com Tiquinho Soares. Fundamental o golo no Bessa que valeu três pontos. Cinco golos em cinco jogos – só não marcou à Juventus – numa fase de calendário intenso para os dragões merecem obviamente ser sublinhados. No entanto, não são apenas os golos. A agressividade que acrescenta ao ataque foram obviamente bem-vindos por parte do grupo portista.

Mitroglou e Soares, os goleadores do título

No que diz respeito ao Sporting, mérito para Jorge Jesus, que não deixou a equipa esmorecer depois da derrota no Dragão e soma já três triunfos consecutivos, dois deles fora de casa (Moreirense e Estoril). Consequência: são oito os pontos para os quartos classificados, os agora colados Sp. Braga e Vitória Guimarães, e continua à espreita de uma crise de um dos rivais para se chegar um pouco mais à frente.