«4x4x3» é um espaço de análise técnico-tática do jornalista Nuno Travassos. Siga-o no Twitter.

«No Marcelo, no party». Foi com este título que o (fantástico) programa espanhol «El Día Despúes», da Movistar, apresentou imagens de Marcelo no Málaga-Real Madrid do passado dia 15 de abril. O brasileiro não saiu do banco no Estádio La Rosaleda, mas espalhou alegria como sempre: brincou com a forma de correr de Jesús Vallejo, atirou uma camisola à cara de Llorente, esticou a mão à espera de um colete para aquecer, festejou o golo com Casemiro…

Parece tão difícil estar triste ao pé de Marcelo que até a bola sorri (viram a incrível receção de bola em Munique?!).

O brasileiro é um dos melhores laterais da história, mas isso não o inibe de mostrar todos os dias que o futebol não deve ser levado demasiado a sério. Mesmo que seja a primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões.

Marcelo leva o espírito da rua para os grandes palcos, e se alguém confundir isto com displicência que vá ver o palmarés do internacional «canarinho». Não se tornou imune à pressão, simplesmente prefere valorizar o privilégio que sente.

O esquerdino está longe de ser o único que recebe muito dinheiro para fazer aquilo que gosta, mas é dos poucos que não deixa que a exigência competitiva desvirtue a essência do jogo.

No fundo Marcelo encontrou o equilíbrio perfeito entre profissionalismo e paixão. Com jogadores como ele o futebol é tão mais divertido.

Um lateral de afetos.