Não é a soberba que Brad Pitt e Morgan Freeman combatem no filme «Seven», mas sim a soberba da vaidade, excesso de vanglória ou confiança que pode levar também à arrogância. Sim, isto é possível denotar em algumas equipas e passa para lá da linha que separa o que podem ser equipas com uma enorme confiança e aquilo que denota algum sentimento de «convencimento» que transporta para um estado de desleixo.

Um dos erros dos treinadores que depois passam para as equipas (mesmo que conscientemente jurem que tal não se passa) é o sentimento de que o processo que garantiu até à altura um determinado desempenho garante que os desafios seguintes estão sempre ao alcance devido a um sentimento de confiança. Mas que quando passa para o excesso de confiança, aliado a alguns comportamentos, exibe a vaidade e arrogância. Traz um conjunto de ameaças e perigos para a equipa, como por exemplo, não ter os níveis de foco e atenção necessários e que posteriormente gera um sentimento de estupefação e frustração.

O sentimento de frustração é um pouco humano. É um sentimento social e pessoal, devido às expetativas que criamos em nós e naquilo que os outros esperam de nós ou que queremos demonstrar aos outros. Gerir isto numa equipa de futebol por exemplo, com um plantel enorme, não é fácil. Bem sei que por vezes os treinadores antecipam esse problema em alguns jogadores e rapidamente iniciam alguns procedimentos para recuar e fazer crer aos atletas que as facilidades estão presentes apenas nas suas mentes.

Mas também existem momentos em que os comportamentos e as comunicações dos treinadores indiciam que é ali mesmo que está ou reside o problema. E que naturalmente esses sentimentos e intervenções passam para os jogadores criando-nos uma imagem de menor entrega e algum desleixo alinhado com menor competitividade. Nem sempre as equipas conseguem alterar esse estado de espírito quando os acontecimentos começam a ocorrer em sentido contrário ao esperado. E por vezes, quando não há essa capacidade de alterar, ocorrem reações de agressividade e repulsa pela realidade que não queremos aceitar.

Isto pode parecer um retrato de algum quadro complexo de um grupo social, mas não. É apenas aquilo que às vezes é visível em algumas equipas desportivas. Por vezes existem mesmo surpresas, outras vezes, indícios que apenas não vê quem não quer ver.