Durante a minha convivência e trabalho na equipa profissional de futebol que acompanho, tenho-me deparado com uma situação regular e bastante positiva. Atletas com uma regular predisposição para estarem sempre a apoiar e manter os outros focados na tarefa e num estado de espírito fantástico.

Comento com os outros treinadores que aquilo não tem preço. Vários estudos compravam que o apoio e o feedback positivo que os colegas dão uns aos outros é do que mais contribui para manter os atletas/colegas num estado motivacional para a tarefa, em níveis bastante elevados.

Os meus colegas treinadores dizem-me que sempre conheceram aqueles atletas em contexto de treino e de jogo deste modo. Situações que se sucedem diversas vezes de um apoio a um atleta mais jovem, ao atleta que joga na frente dele, às tarefas, ao não esquecer isto e aquilo, ao manter o foco após o erro. Por vezes consideramos isto bom, mas não sabemos até que ponto isto supera o feedback de qualquer outro elemento da equipa.

Um atleta que funciona com um registo ativo e focado para si e para os outros é daqueles valores nas nossas equipas que deveria ser mais valorizado. Não forçado, mas valorizado para que esses elementos mantenham esse registo ou permitam abrir portas para que outros o façam. Se calhar de modo menos genuíno, é verdade, mas poderão sempre começar aos poucos a ter um comportamento de interajuda que vale ‘milhões’.

Quando leio entrevistas de grandes jogadores, quase todos referem a importância do apoio que tiveram nas suas equipas. Da equipa técnica e de algum colega em especial que o suportou em muitos momentos. Que para os mais distraídos, seriam momentos banais, mas que o colocaram sempre numa autoestima e confiança superior ao que estaria sem aquele apoio.

Parabéns a esses profissionais (no futebol e noutros ramos) que percebem que existem outras ajudas que podem trazer para os plantéis das nossas equipas e dos nossos desafios da vida. Não fazem deles os melhores jogadores ou pessoas, mas conseguem acrescentar valor de outro modo. Aos Vascos Fernandes, Fábios Cardosos, Brunos Cardosos, Paulos Sousas, Gonçalos Álvaros, obrigado! O futebol e a vida deveriam ter mais desses!