Numa palavra, o grupo é acessível.

Isso, claro, se Portugal continuar como tem estado até agora. Se mantiver a forma como encarou o grupo de apuramento, a forma como se deu aos jogos e como os jogadores mostraram disponibilidade, concentração e solidariedade enormes.

Aí, a qualidade vem ao de cima e Portugal é uma equipa fortíssima.

Há uma série de circunstâncias que precisam de se conjugar para que uma equipa possa estar nesse nível elevado. Se tudo isso se conjugar, Portugal pode ganhar este Europeu.

O maior risco, no grupo, é a displicência. Não respeitar o adversário. Pensar que já está ganho, que é fácil. Não existem jogos fáceis.

Os treinadores são cada vez mais competentes e há influências externas que ajudam ao crescimento destas seleções. Um treinador que vem com outra cultura e incute na equipa algo a que não estava habituada, mas que a vai melhorar… Essas seleções, depois, superam-se.

É preciso perceber isso, conhecer bem o adversário e saber que no futebol já não há situações fáceis.

Há outro risco: o elevado número de jogos que os nossos principais jogadores fazem ao longo da época. Porque há um cansaço mental e físico.

Aí, entra o trabalho da equipa técnica. Todo o grupo de trabalho tem de preparar os jogadores em termos de treino e de recuperação, perceber o que é necessário fazer para que os jogadores cheguem ao Europeu em grande forma.

Há sempre a saturação e o desgaste das viagens, dos estágios constantes, de muitos jogos, da preparação desses jogos.

A maior parte dos nossos jogadores está na Liga dos Campeões, na Liga Europa, muitos chegam longe nas competições em que os clubes estão inseridos. São grandes desempenhos, mas isso pode criar algumas mazelas.

Por isso, é importante que se consigam eliminar os aspetos negativos de tanta competição e se potenciem as coisas boas que aconteceram durante essas competições.

A partir de março é preciso dar continuidade ao trabalho e melhorar as dinâmicas e as características do coletivo, mas, ao mesmo tempo, também pensar que, se calhar, é a última oportunidade de ver alguns jogadores em ambiente de seleção que possam ser opção.

Podem até não fazer parte do primeiro lote de 23 que o selecionador tenha em mente, mas temos de perceber que podem suceder situações menos boas no nosso plantel e, se algum jogador não estiver apto para ir ao Europeu, tem de haver outros que possam entrar e estar ao mesmo nível.

Em resumo: Portugal é favorito no grupo e uma das seleções mais fortes deste Europeu.