«4x4x3» é um espaço de análise técnico-tática do jornalista Nuno Travassos. Siga-o no Twitter.

Distante da luta do título e sem mais competições por disputar, o Sporting decidiu avançar em janeiro para um emagrecimento do plantel. Uma opção justificável sobretudo do ponto de vista financeiro, mas que obriga o leão a voltar praticamente à casa de partida para enfrentar a época 2017/18.

Para compensar o elevado número de saídas, a SAD leonina decidiu chamar de volta alguns emprestados. Jesus assumiu então que era dar um passo atrás para depois dar dois em frente. Descobrir o presente para olhar o futuro, ganhar alguns meses.

O tempo dirá quantos destes jovens vão ficar no plantel 2017/18, mas seja como for o Sporting precisa de mais soluções para encarar agora quatro frentes novas.

Olhar exclusivamente para a Academia de Alcochete para preencher os espaços em branco é utópico, e Jesus sabe-o. Basta verificar as vezes em que o técnico já falou da necessidade de conciliar formação e prospeção.

«Quando as duas coisas não colam fica curto para ganhar títulos», disse o técnico, com toda a propriedade.

O problema está (bem) identificado, mas é legítimo questionar se a estrutura leonina terá capacidade para o contornar.

Durante muitos anos o problema foi falta de dinheiro, mas há um ano faltou sobretudo perspicácia no mercado. E se Alan Ruiz é um talento para lapidar e Markovic até parecia um bom golpe, o regresso de Elias e as contratações de Douglas ou Castaignos pareciam falhanços anunciados.

Alguns destes nomes deixam evidente a responsabilidade de Jorge Jesus, mas ela não se esgota aí. E o que mais deve inquietar os adeptos leoninos é perceber que (pelo menos até agora) a estrutura leonina não sofreu alterações significativas. E muitos talvez partilhem da opinião de que o reforço mais urgente não seria para jogar, mas sim para fazer a ponte entre presidente e treinador, com voz ativa junto de ambos.