Ponto por Ponto é um novo espaço de Opinião quinzenal do jornalista Vítor Hugo Alvarenga. Baseando-se no sistema de avaliação utilizado pelo Maisfutebol, classifica positiva e negativamente figuras do panorama desportivo. Críticas e sugestões para valvarenga@mediacapital.pt.

POSITIVO

5 pontos: Bas Dost

A qualidade não tem preço. Cinco golos em cinco jogos, três golos em quatro dias, Bas Dost demonstra que um jogador só é caro se não jusfificar o valor investido. Os golos apontados frente a Estoril e Legia são de finalizador nato, sobretudo o primeiro. Daqueles que dispensam períodos de adaptação, conhecimento da Liga, da linguagem, do estilo de jogo. Tem o essencial: instinto e classe.

São 27 anos e 10 (ou 12) milhões de euros, uma opção duvidosa para quem procura retorno financeiro, mas quantas promessas de 2 ou 3 milhões de euros andam ao sabor do vento nos quadros dos grandes? Este não engana. Alguém ainda duvida do seu valor?

4 pontos: Greg Clarke

Os ingleses fazem o que parece impossível em Portugal: decidem em poucas horas. Sam Allardyce foi apanhado a dizer o que não devia e perdeu o emprego no dia seguinte. Medida lógica, simples, célere da Football Association, aqui representada pelo Chairman Greg Clarke.

Por cá nada se decide em tempo útil. A Liga, por exemplo, não aceitou um minuto de silêncio por Paulo Esteves, fotojornalista de A Bola que faleceu na passada semana, nem se pronunciou sobre a polémica até ao momento. Louve-se a iniciativa de Paulo Gonçalves, Secretário Técnico do Paços de Ferreira, levando a um belo momento de união e respeito na Mata Real.

3 pontos: Ricardinho

Respondeu com críticas a críticas de alguns portugueses antes da meia-final do Mundial de Futsal com a Argentina. Não se devia concentrar no que era pouco ou nada importante nessa altura. De qualquer forma, a derrota não apaga o que Portugal já fez, voltando a um patamar onde não estava desde 2000.

Aplauso para a Seleção Nacional e para novos pormenores de magia do melhor jogador do mundo. A crítica equilibrada é a mais justa, nos bons e maus momentos. Ninguém pode considerar esta campanha um fracasso ou desilusão. Vénia para o que se conseguiu, ainda com o bronze à vista.

NEGATIVO

2 pontos: Nuno Espírito Santo e Rui Vitória

FC Porto e Benfica perderam em Leicester e Nápoles, respetivamente. Nada de inesperado, infelizmente. Porém, os empates caseiros na jornada inaugural colocam dragões e águias em posição delicada, com um ponto em dois jogos.

Fraco pecúlio para quem apresenta legítimas aspirações de apuramento para a fase seguinte. Cederam onde não deviam e mostraram-se incapazes de recuperar onde era possível mas pouco esperado. FC Porto e Benfica foram apenas suficientes e incapazes de superar expetativas alimentadas pelos próprios treinadores. Até este momento, percursos com avaliação negativa.

1 ponto: Lito Vidigal

Mais um reencontro com o Belenenses e nova lavagem de roupa suja na praça pública. Após o empate do Arouca no Restelo (1-1), o treinador congratulou-se com a falta de coragem do adversário. É pena. Lito Vidigal é um dos melhores técnicos da Liga. Porém, se o seu problema é sobretudo com Rui Pedro Soares - como parece -, não utilize como arma de arremesso jogadores e atual treinador do Belenenses.

Lito recorda-me os pais que em processo de divórcio lançam os filhos para o centro da discussão, sem olhar a meios para atingir fins. «É o Lito Vidigal», respondeu e bem Júlio Velásquez. Que decida de vez afastar a imagem de incendiário crónico. Ele é muito mais que isso.