Pedro Emanuel reconhece o favoritismo do Sporting no jogo do próximo domingo mas não abdica da ambição de vencer. Sabe que, para isso, a Académica terá de se empenhar ao máximo, ser rigorosa e colocar em prática o melhor que tem feito esta época. E isso até já deu para derrotar o F.C. Porto por 3-0...

«Acima de tudo, temos de ter uma abordagem séria ao jogo, que vai ser extremamente difícil. Temos de estar o mais concentrados possível, saber quais as nossas tarefas individuais e colectivas. Acreditamos no que temos feito, principalmente o último resultado, moralizador, em Olhão, e isso permite acalentar possibilidades de vencermos este jogo», advoga.

«Os trunfos da Académica? São os mesmos de sempre. O Campeonato está cada vez mais competitivo. Viu-se connosco. Ganhámos um jogo e saltámos para sextos. A Académica tem se ser abnegada, ter espírito de equipa muito forte, e fazer, basicamente, o que tem feito. Vai ser jogo disputado, com duas equipas que vão entrar para discutir e procurar três pontos», prossegue o jovem técnico.

Na mesma bitola, concordou com Berger, na necessidade de a equipa «deixar a pele em campo», admitindo ser essa a imagem de marca esta época da Briosa: «Como também o é o facto de tentarmos praticar bom futebol e juntar a isso resultados. Não abdico, porque é a nossa identidade, ir contra isso é desvirtuar o nosso trabalho diário e nosso discurso.»

Pedro Emanuel sabe como derrotar um grande, ou não tivesse afastado o F.C. Porto recentemente da Taça de Portugal, mas não quer estabelecer paralelos: «Os objectivos, às vezes, parecem inalcançáveis mas trabalhamos sempre para eles. Felizmente, aconteceu com o Porto, agora voltámos a vencer fora, em Olhão. Mas estas coisas valem o que valem, são estatísticas.»

«Nunca canto vitória nem me dou por derrotado»

Uma coisa garante o técnico: resultado antecipados, nem pensar. «Empate? Pode ser bom, mas depende do que o jogo ditar. Nunca canto vitória antes, como nunca me dou por derrotado também. O empate é um dos três resultados possíveis, vamos para dentro do campo, disputar o jogo, com confiança no nosso trabalho e no final tiramos conclusões se será interessante.»

Desvalorizando ainda o jogo e a derrota do Sporting a meio da semana para a Liga Europa, o treinador dos estudantes abordou também o encontro para a Taça de Portugal, com o Desp. Aves. Em causa está os efeitos de uma eventual vitória este domingo sobre o Sporting e as sequelas para o jogo de quarta-feira:

«Se isso acontecer, não queremos entrar excessivamente confiantes e desinibidos, queremos entrar focados e determinados como em Olhão, porque a equipa sabe o tem que fazer. Marcas, naturalmente que, em termos físicos, deixa sempre, mas para superar isso há a motivação de podermos chegar a uma meia-final e isso, por si só, é mais que suficiente para esquecermos o resto.»

O mercado também veio à baila, devido ao assédio a jogadores como Sissoko e Éder, com o técnico a admitir não ter garantia de que nenhum jogador sairá. «Se não sair ninguém, tenho dito que estou satisfeito com produtividade de todos, mesmo os que não jogam, e isso é garantia de podemos continuar a fazer um bom trabalho», terminou, revelando ainda que Abdoulaye está em condições de jogar, depois de um mês na CAN sub-23.



Ao contrário, o guarda-redes Ricardo não voltará a jogar mais este ano, tal como o central João Real, e ambos devido a microrroturas. O habitual suplente de Peiser lesionou-se no aquecimento para o jogo com o Olhanense e, embora tenha conseguido ir para o banco, ressentiu-se mais tarde e falha os próximos dois jogos dos estuantes.