Chama-se Carlos Mendes, chegou a ser jogador da bola e promete encher a barriga dos adeptos do P. Ferreira no Jamor. Para isso vai levar para a Mata do Jamor onze porcos, que calcula distribuir por cerca de 1500 adeptos. Em turnos de 500 pessoas. O espaço não dá para todos, por isso saem uns, entram outros e a carne de porco não pára.
Para poderem sentar-se à mesa, os adeptos devem inscrever-se primeiro na sede do P. Ferreira. Por dez euros garantem a refeição. Carlos Mendes diz, porém, que não faz isto pelo dinheiro. «Faço isto pelo clima de festa da Taça de Portugal e pela amizade às pessoas do P. Ferreira. Dez euros não paga uma refeição destas, é um preço de festa.»
O mais curioso é que Carlos Mendes não tem nenhuma ligação ao P. Ferreira. A não ser a amizade. É de Tábua, na zona de Coimbra, e ganhou afinco ao clube em estágios de pré-época. Desde então oferece sempre um leitão por cada época, aos quais lhe juntou mais um em 2006 pela qualificação para a UEFA. Foi até convidado a ir a Alkmaar.
Como uma presença no Jamor merece ser celebrada à altura, Carlos Mendes garante que vai levar onze porcos. Mais o acompanhamento, claro: arroz de feijão, pão, vinho, sumos, água. «É uma logística enorme. Para além dos porcos, da comida e das bebidas, tenho de levar mesas, cadeiras, geradores de luz, água, enfim, tenho de levar tudo.»
O que só é possível porque é proprietário de uma empresa de catering. «Nesta altura tenho 30 pessoas a trabalhar para mim neste evento. Já estamos na cozinha a preparar as coisas, a fazer a calda de feijão, a cortar o bacon, enfim. No sábado saímos para Lisboa, levámos tudo num camião e seis camionetas, dormimos lá e domingo damos o almoço.»
O futebol por paixão e o Jamor por hábito
Esta não é, de resto, a primeira vez que Carlos Mendes oferece almoços na Mata do Jamor. A primeira vez foi há uns anos, no Sporting-Leixões, que o Sporting venceu. O ano passado também lá esteve. Mas esta época promete ser especial. «Quando a final mete um grande e um pequeno é especial. Com o Paços, então, vai ser ainda melhor.».
Ele próprio não consegue, aliás, separar-se da festa do futebol. Faz serviços de catering em todo o país, mas o futebol é especial. Corre-lhe no sangue, claro. «Fui formado no Sporting e joguei também nas camadas jovens do Belenenses. Depois fiz carreira em clubes aqui de Coimbra, Tabuense, Tourizense, Oliveira do Hospital e Arganil.»
Acabou a carreira neste último, onde foi campeão distrital. «Foi uma despedida da vida de jogador em beleza», sorri. Desde então especializou-se no porco no espeto. Que domingo promete levar à Mata do Jamor, para juntar à festa do P. Ferreira. Com tudo o que o Paços merece. «Não se preocupem, eu disponibilizo as condições à malta toda.»