A vingança serve-se fria? Jesuldo Ferreira até já tinha dito que, apesar de ter havido «alguma ironia no sorteio», não se tratava de «um tira-teimas», mas a verdade é que a vitória sobre o Paços de Ferreira a abrir o campeonato, terá ajudado a apagar um pouco o amargo de boca deixado na época passada, quando os pacenses conquistaram o lugar que dava acesso ao play-off da Liga dos Campeões.

Os protagonistas mudaram e desta vez os arsenalistas levaram a melhor perante um Paços de Ferreira sem o brilho da época passada. Os castores pareciam amansados e passaram toda a primeira parte sem conseguir causar perigo à baliza do Sp. Braga, dando descanso ao guarda-redes Eduardo que só por uma ou outra vez foi chamado a resolver situações demasiado fáceis.

Mais aguerridos estavam os homens de Braga, que, em vez de se depararem com a muralha a meio campo que caracterizou o Paços no passado, encontraram uma equipa frágil, e não pararam de dar trabalho ao guarda-redes Degra.

Aos 16 minutos, o Sp. Braga avisou. Edinho na zona central rematou forte, para uma defesa incompleta de Degra. Filipe Pardo, na esquerda, ainda tentou a emenda, mas saiu mal o remate. Aos 21 minutos, mais um aviso. Canto para o Sp. Braga batido por Alan na direita e Edinho, muito apertado por Gregory, a conseguir o remate, e a bola a bater na barra da baliza de Degra.

Até que, aos 26 minutos, a bola viria mesmo a entrar. Mais um canto da direita batido por Alan e Paulo Vinicius, na área, a fazer a bola entrar junto ao poste direito da baliza de Degra, que nem se mexeu. Estava feito o primeiro golo do jogo e do campeonato. E três minutos depois, num lance tirado a papel químico, o defesa arsenalista podia ter feito o segundo.

O Paços queria reagir, mas faltava solidez à equipa. Manuel José e Jaime Poulson ainda conseguiram pôr a bola junto à área do Sp, Braga algumas vezes, mas falhava sempre a finalização. Primeiro um remate de Caetano a sair mail, depois Sérgio Oliveira a cabecear ao lado. O próprio Sérgio Oliveira, de livre, ainda obrigou Eduardo a uma defesa quase em cima do intervalo, mas ficaram-se por aqui as oportunidades pacenses.

Na segunda parte, Costinha tirou Sérgio Oliveira para a entrada de Hurtado, que, apesar de trazer alguma frescura à equipa, e ter feito dois remates que andaram perto da baliza de Eduardo, não conseguiu mudar o rumo das coisas.

O Sp, Braga continuava mais forte e não parava de criar perigo. Até que, aos 65 minutos, os arsenalistas fizeram o segundo. Alan picou a bola para o flanco esquerdo, onde apareceu Pardo, que de ângulo fechado decidiu arriscar o remate, e acabou por conseguir o golo ao rematar por cima, surpreendendo Degra.

Estava ditada a sentença do resultado, perante um Paços que continuava sem conseguir criar perigo e foi uma sombra da equipa revelação da época passada.