Vitória e Vitória. Rui e Guimarães. Homónimos em plena comunhão, no regresso a casa do treinador que trocou a Mata Real pelo Berço. Goleada a abrir a 10ª jornada da Liga 2011/12. Edgar completou um hat-trick e chegou à liderança dos melhores marcadores da competição (1-5).

Destaques: Edgar, Edgar, Edgar

O Paços, órfão entristecido do técnico que preparou a época, não teve força para segurar um registo promissor. O último triunfo vitoriano remontava a 2002. Nove anos depois, a equipa minhota mudou a tradição com estrondo. Cinco golos, quatro na etapa complementar, período de desespero para os locais. Dez pontos para um Vitória renascido.

Nilson: «O meu sonho é ter um filho como o Edgar»

Rui Vitória regressou ao Estádio da Mata Real com um balão de oxigênio, na ressaca de um triunfo ao cair do pano frente ao Rio Ave. Um penalty em tempo de descontos tirou o V. Guimarães do fundo da tabela. A recuperação está em marcha. Aquele V desenhado na camisola volta a fazer sentido.

O losango intermediário ganhou raízes e voltou a merecer a confiança do técnico vitoriano. O P. Ferreira, vindo de uma derrota no Dragão (3-0), manteve a estrutura que permitira os primeiros sorrisos de Luís Miguel, sucessor de Rui Vitória. Esta noite, voltou a cair.

Flecha de Teles como aviso

O Paços, não é de agora, defende que a linha recta é o caminho mais rápido entre dois pontos e aposta nos passes de ruptura para chegar ao golo.

O Vitória, por seu turno, afunilou jogo e privilegiou a cultura de posse, de troca sucessiva de bola, passe curto e pausado. William aproveitou uma falha de NDiaye para desenhar o primeiro lance de perigo, logo no início da partida, sem conseguir bater Nilson.

Lentamente, a equipa de Rui Vitória equilibrou o jogo e chegou inclusivamente à vantagem, por intermédio de Bruno Teles. O esquerdo aproveitou um toque de Toscano, na conversão de um livre indirecto, e disparou a meia altura, sem hipóteses para Cássio.

Por essa altura, a equipa da casa não merecia a desvantagem no marcador e conseguiu mesmo chegar ao empate, beneficiando de mais uma infelicidade de NDiaye. O central chocou com um placard publicitário, ao tentar evitar um canto, regressou ao jogo ainda combalido e deixou escapar Melgarejo.

Luiz Carlos agradeceu uma perda de bola de El Adoua, lançou a velocidade do paraguaio, NDiaye caiu aos pés de Melgarejo, este tirou Nilson do caminho e fez o 1-1.

Paços para o abismo

Os adeptos esperavam um Paços forte na etapa complementar mas rapidamente adivinharam o pior. A formação vitoriana regressou dos balneários com uma atitude ainda mais fria e orientada para o resultado.

Em 15 minutos, o Vitória chegou novamente à vantagem, para não mais a largar. Nuno Assis ganhou de cabeça, Toscano percebeu a desmarcação de Edgar e o avançado fez o resto. Passou por Cássio antes de balançar as redes.

O jogo acabou aí, ao cabo de uma hora. A equipa da casa não mais se encontrou.

Luís Miguel tentou mexer mas foi traído por um erro de Eridson. O central comprometeu na área, Edgar ganhou a bola e caiu em duelo com Luisinho. João Ferreira assinalou penalty e o brasileiro não perdoou. 69 minutos, tudo resolvido.

Na recta final do encontro, o Vitória conseguiu ainda desenhar os contornos de uma goleada, irritando os adeptos pacenses. Toscano marcou a passe de Alex e Edgar completou o seu hat-trick, num remate de ressaca, à entrada da área. Noite de pesadelo para o Paços de Ferreira.