Sensação de Deja vu? O Paços de Ferreira não soube, como quase nunca tem sabido, reagir à desvantagem, perdeu três pontos em casa e pode ter perdido muito mais do que isso. O V. Guimarães mostrou que tem uma equipa organizada, construída, em grande parte na época passada, mas que tem vindo a ser cimentada este ano.

Numa altura em que é grande o descontentamento dos adeptos em relação à prestação da equipa pacense, Costinha tinha neste jogo em casa, com o V. Guimarães, uma hipótese de se reconciliar com a massa associativa e conquistar os pontos que tanta falta têm feito aos castores. Mas pela frente, o Paços encontrou um V. Guimarães determinado, que, mesmo quando esteve em desvantagem, mostrou que consegue reagir, e expôs ainda mais as fragilidades da equipa pacense.

A equipa da casa até chegou cedo ao golo. Aos 10 minutos, Sérgio Oliveira abriu o marcador e deu esperança aos pacenses. Mas ainda era muito cedo. O V. Guimarães não se deixou abater. Continuou a tentar chegar ao golo através de ataques organizados, e foi ameaçando a baliza de António Filipe. Tiago Rodrigues, Pedro Correira e Tomané iam fazendo a bola chegar à área pacense, perante um adversário que tentava manter a vantagem, e pouco fazia para a tentar aumentar. Tirando dois ou três remates de Bebé e Irobiso, couberam aos vitorianos as despesas dos ataques da primeira parte.

E ainda antes do intervalo, através de uma grande penalidade, Leonel Olímpio fez o golo do empate.

O Vitória entrou melhor na segunda parte. O Paços, foi enfraquecendo com o passar do tempo. E a morte do artista foi sentenciada aos 59 minutos com um belíssimo golo de Marco Matias, após um passe de antologia de Moreno. O Vitória conseguia a reviravolta e o Paços, uma vez mais, não soube reagir.

Passaram-se largos minutos até que a bola chegasse com perigo até à baliza de Douglas. António Filipe é que não deixou de ter trabalho. Aos 77 minutos, Tomané, que se estreou como titular na Liga esta noite, deu a estocada final no castor moribundo. Um golo que foi a cereja no topo do bolo de uma bela exibição.

Rui Vitória continua ao leme de uma equipa que segue em velocidade de cruzeiro. Costinha parece não poder evitar o naufrágio por muito mais tempo.